A oferta de determinados minerais críticos para o desenvolvimento de tecnologias e para transição verde não conseguirá atender toda a demanda global em 2035, avalia a Agência Internacional de Energia (AIE), em relatório divulgado nesta sexta-feira, 17. Particularmente, o suprimento de cobre responderá a cerca de 70% e o de lítio a 35% da demanda neste período, o que pode levar a volatilidade nos preços dos metais.
A estimativa da AIE leva em consideração os riscos geopolíticos, de exposição climática e as barreiras secundárias para proteger a oferta dos minérios, com base nos projetos atuais de mineração, refino e processamento.
O relatório também observa que a alta concentração geográfica de oferta deve ser mantida e a projeção é de que a China mantenha uma "posição forte" no setor de refino e processamento.
"O apetite por tecnologias como painéis solares, veículos elétricos e baterias está crescendo rápido, mas não poderá ser satisfeito sem a expansão do suprimento de minérios críticos", afirmou o diretor executivo da AIE, Faith Birol.
Em 2023, a forte queda nos preços devolveu os metais básicos aos níveis registrados antes da pandemia, permitindo que os investimentos em mineração crescessem em 10% e os de exploração avançassem em 15%, além de oferecer alívio para os consumidores.
Contudo, o relatório aponta ainda é necessário acelerar "esforços de reciclagem, inovação e encorajar mudança de comportamento" para arrefecer o aperto na oferta, junto a aproximadamente US$ 800 bilhões em investimentos para mineração até 2040.
A AIE estima que a reciclagem pode reduzir em até 30% a demanda e que o "tamanho combinado do mercado de minérios críticos para transição energética" deve dobrar para US$ 770 bilhões até 2040.
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