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OCDE corta projeção para avanço PIB global em 2022, de 4,5% para 3%

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo sua projeção para crescimento econômico global em 2022, de 4,5% previstos em dezembro do ano passado para 3,0%. Para 2023, a previsão é que o Produto Interno Bruto (PI

Ilana Cardial (via Agência Estado)

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Escrito por Ilana Cardial (via Agência Estado)
Publicado em 08.06.2022, 10:11:00 Editado em 08.06.2022, 10:13:35
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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo sua projeção para crescimento econômico global em 2022, de 4,5% previstos em dezembro do ano passado para 3,0%. Para 2023, a previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,8%. Em seu mais recente relatório de perspectivas econômicas, publicado nesta quarta-feira, a OCDE afirma que o mundo está prestes a pagar um preço "muito alto" pela guerra da Rússia na Ucrânia, com custos que podem se mostrar ainda maiores ao longo do tempo.

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Com os dois países diretamente envolvidos no conflito sendo grandes exportadores de commodities, a guerra elevou os preços de energia e alimentos, observa a OCDE. "A medida em que o crescimento será menor e a inflação mais alta dependerá de como a guerra evoluir, mas está claro que os mais pobres serão os mais atingidos", destaca a organização. "O preço desta guerra é alto e terá de ser partilhado."

A OCDE traça um efeito dominó dos desafios do cenário atual: a inflação elevada corrói a renda disponível e o poder de compra das famílias, o que reduz o consumo. Enquanto isso, a incerteza desencoraja investimentos empresariais e ameaça a redução de oferta nos próximos anos. Na China, a política de zero-covid segue pesando sobre perspectivas globais, com redução do crescimento doméstico e interrupção das cadeias de suprimentos globais, afirma a organização.

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Para o G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo, a OCDE prevê alta de 2,9% do PIB em 2022 e 2,8% em 2023.

Na zona do euro, a projeção é para crescimento de 2,6% e 1,6%, respectivamente.

Nos Estados Unidos, espera-se alta de 2,5% neste ano e 1,1% no próximo.

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Para a China, a previsão é de crescimento de 4,4% e 4,9%, nessa ordem.

Pontos destacados pela OCDE

Na zona do euro, a organização observa que o crescimento da região deve ser fortemente impactado na primeira metade de 2022 pela guerra e os lockdowns na China. Ainda que haja razão para remover a política monetária acomodatícia, dado o desenvolvimento da inflação, a OCDE aconselha que o Banco Central Europeu (BCE) o faça de modo "cuidadoso e consciente" da evolução da guerra, para reduzir os riscos de fragmentação financeira.

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Já nos EUA, a continuação da normalização monetária irá pesar sobre o crescimento econômico, afirma a OCDE. O fim de medidas de apoio ligadas à pandemia também significará que a política fiscal terá influência para contração econômica, ainda que gastos fiscais acumulados compensem parcialmente esse efeito. A organização defende que as autoridades americanas devem estar prontas para fornecer apoio fiscal temporário a grupos vulneráveis, caso uma desaceleração econômica inesperada se dê de forma acentuada.

Quanto à China, em meio a "ventos contrários crescentes", o crescimento será apoiado pelo investimento na transição climática e pela antecipação de projetos de infraestrutura, segundo o relatório.

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A OCDE frisa que as políticas fiscais e monetárias precisarão se ajustar às circunstâncias extraordinárias. Como prioridade, o relatório ressalta a urgência de evitar uma crise de alimentos e a necessidade de lidar com a inflação e seus efeitos.

Brasil

No mesmo relatório divulgado nesta quarta-feira, a OCDE reduziu sua projeção para o crescimento do PIB do Brasil neste ano, de 1,4% para 0,6%. Para 2023, a previsão caiu de 2,1% para 1,2%.

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Depois da forte recuperação vista em 2021, o crescimento econômico do Brasil deve desacelerar significativamente em 2022 até se recuperar no próximo ano, observa a OCDE. "O aumento da inflação, a guerra na Ucrânia e as condições financeiras mais apertadas corroeram o sentimento econômico e o poder de compra, o que deve afetar fortemente a demanda doméstica no primeiro semestre de 2022", prevê a organização.

A corrida presidencial ao fim do ano também adiciona incertezas ao cenário e ajuda a manter o investimento moderado até 2023, nota a OCDE. A instituição observa que a recuperação do mercado de trabalho brasileiro tem sido lenta, com a taxa de participação e de rendas reais abaixo dos níveis pré-pandemia.

Com o aumento de preços de alimentos e energia em meio à guerra da Rússia na Ucrânia, a OCDE defende programas sociais para proteger a população mais vulnerável. Além disso, o relatório afirma ser necessário esforços adicionais para melhorar o direcionamento e eficácia dos gastos públicos, "para permanecer consistente com uma gestão fiscal sólida".

Se as pressões inflacionárias persistirem, o Banco Central deve continuar elevando a taxa básica de juros, diz a organização. A instituição observa que é esperado que a taxa Selic suba dos atuais 12,75% para 13,25% ao ano na próxima reunião monetária. "A taxa Selic deve permanecer em 13,25% até o início de 2023 e então diminuir lentamente ao longo do ano, à medida que os efeitos defasados dos aumentos recentes são finalmente sentidos".

Ainda, a OCDE incentiva que o Brasil continue com suas reformas "ambiciosas" para garantir sustentabilidade fiscal e evitar que taxas de pobreza subam. A organização também recomenda maior exploração das fontes de energia eólica e solar para complementar a hidrelétrica.

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