A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 25, ponderou que novamente houve um debate em torno do balanço de risco. "Após a exposição de diferentes pontos de vista, o Comitê majoritariamente decidiu por manter o balanço de riscos simétrico nessa reunião", diz o documento.
Neste debate, foi enfatizado que parte da assimetria altista relacionada à atividade já havia sido incorporada no próprio cenário central, com a reavaliação do hiato do produto. Também foram expressados o receio de que o hiato do produto continue mostrando resiliência e de uma inflação de alimentos mais persistente.
Por isso, o Copom manteve o balanço de riscos com fatores em ambas as direções. Para os riscos de alta, há a persistência das pressões inflacionárias globais e maior resiliência da inflação de serviços em função do hiato do produto apertado. Para a baixa, estão a desaceleração da atividade econômica global e impactos do aperto monetário sincronizado se mostrarem mais fortes do que o esperado. Com as conjunturas externa e doméstica incertas, exige-se mais cautela na condução da política monetária.
"O Comitê avalia que o cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções de inflação de médio prazo, mesmo condicionadas em uma taxa de juros mais elevada. Observou surpresas benignas no período recente, mas também elevação das projeções de prazos mais curtos, envolvendo preços livres. Ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária", diz o ata.
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