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No BC, há inquietação sobre o comportamento das expectativas de inflação, diz diretor

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton David, expressou nesta quarta-feira, 23, preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação, embora os juros estejam no nível mais contracionista dos últimos tempos. "Embora a inflaçã

Eduardo Laguna e Cícero Cotrim (via Agência Estado)

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Escrito por Eduardo Laguna e Cícero Cotrim (via Agência Estado)
Publicado em 23.04.2025, 13:25:00 Editado em 23.04.2025, 13:33:16
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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton David, expressou nesta quarta-feira, 23, preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação, embora os juros estejam no nível mais contracionista dos últimos tempos.

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"Embora a inflação no Brasil não seja tão alta quando você a compara com a de outros países, ela é claramente mais persistente", comentou o diretor do BC.

Na sequência, ele frisou a preocupação com as expectativas de inflação. "Está um pouco mais alta para este ano, e depois diminuindo um pouco em 2026. Isso é meio que um ponto de atenção para nós. O Banco Central tem muitas inquietações em algumas frentes, e esta é certamente uma delas: o comportamento das expectativas", ressaltou.

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Ele reforçou que incomoda ao BC o fato de as expectativas de inflação terem subido no Brasil, descolando-se de pares. De acordo com Nilton David, o BC não espera uma queda da inflação nas próximas semanas ou meses, e provavelmente o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, terá de escrever uma carta novamente por descumprimento da meta de inflação.

Durante palestra em seminário promovido pelo JP Morgan, em Washington, em paralelo às reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), o diretor do BC assinalou ainda que o real só se tornou a moeda com maior carry trade na virada do ano, época em que o estresse no mercado com a política fiscal levou a uma forte depreciação cambial.

Ao abordar as surpresas do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por quatro anos consecutivos, Nilton David comentou que há convicção de que o Brasil cresce acima do seu potencial há dois anos. Apesar disso, ele entende que a atividade econômica, conforme sugere o IBC-Br, excluindo a agropecuária, parece ter atingido um platô nos últimos seis meses, um sinal, assim, de que o aperto da política monetária está funcionando.

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"Há alguns sinais de que a política monetária está, sem dúvidas, funcionando", comentou o diretor, observando também que o crédito livre parou de crescer e que a inflação implícita caiu bastante desde março.

O BC, afirmou, tem consenso na ideia de que o juro está em nível contracionista. "A Selic estava contracionista no fim do ano; decidimos ir mais longe por incerteza e adversidade", pontuou. "A política monetária brasileira é hoje a mais contracionista dos últimos tempos", acrescentou David. Ele pontuou que a elevação da Selic em 300 pontos-base, parcelada em três reuniões do Copom, foi uma espécie de 'front-loading' do ciclo de aperto monetário.

Repasse cambial

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O diretor de Política Monetária do Banco Central disse também que a magnitude do repasse cambial para os preços no Brasil é da ordem de 10%, ou um pouco menor, nas estimativas da autarquia.

"Vimos alguém dizer que poderia ser de 30%, mas isso definitivamente não está no nosso radar", afirmou David.

Ele destacou, no entanto, que o repasse cambial para os preços tende a ser mais pronunciado quando não há ociosidade na economia, como é o caso do Brasil.

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