A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que, embora a inflação esteja se reduzindo no mundo, não há motivos para gritos de vitória nas reuniões anuais do organismo, que acontecem na próxima semana, em Washington DC, nos Estados Unidos. Segundo ela, há três motivos principais. O primeiro é um que as economias devem passar a conviver com um maior nível de preços na esteira da pandemia.
"Por um lado, as taxas de inflação podem estar caindo, mas o nível de preços mais alto que sentimos veio para ficar", alertou, em discurso que antecede os encontros anuais do FMI. "As famílias estão sofrendo, as pessoas estão com raiva", acrescentou.
A segunda razão é um ambiente geopolítico difícil. "Estamos todos muito preocupados com o conflito crescente no Oriente Médio e seu potencial para desestabilizar as economias regionais e os mercados globais de petróleo e gás", disse Georgieva.
Por fim, as previsões do Fundo apontam para uma "combinação implacável de baixo crescimento e alta dívida" e que se resume em um "futuro difícil", conforme ela. A expansão de médio prazo deve ser fraca e insuficiente para erradicar a pobreza mundial bem como gerar receitas fiscais suficientes para arcar com pesadas dívidas e atender a vastas necessidades de investimento, incluindo a transição verde.
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