A busca por financiamento no Brasil caiu pelo segundo mês seguido em maio (-11%) em relação ao mesmo mês de 2022, segundo o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). No confronto com abril deste ano, contudo, houve crescimento de 19%.
A queda do INDC no quinto mês ante o mesmo período de 2022 foi puxado principalmente por bancos e financeiras (-23%). Na ponta contrária, a procura por financiamento avançou nos segmentos de varejo, com alta de 30%, e de serviços, que teve aumento de 21%.
O nível elevado da inadimplência tem atrapalhado a busca por crédito, dado que o setor financeiro ainda está reticente em conceder crédito, diz o diretor da Neurotech e responsável pelo indicador, Breno Costa.
"Vemos um cenário de desaceleração da piora. O indicador que vinha caindo na casa dos 18% nos últimos meses, agora registrou uma perda bem menor. Ainda estamos bem longe do ideal. Há muita incerteza, por isso a cautela deve ser redobrada", afirma Costa.
Conforme a Neurotech, no caso do varejo e serviços, a alta na margem em maio deve-se ao aumento da intenção dos consumidores em buscar crédito para a realização das compras do Dia das Mães. É importante ressaltar que o INDC considera todas as consultas feitas no período, mesmo aquelas que não resultaram de fato em um financiamento.
Mês
Costa considera pontual o crescimento de 19% do INDC em maio na comparação com abril. O executivo atribui a alta a efeitos sazonais, por causa do maior número de dias úteis, além das vendas do Dia das Mães.
No confronto mensal, o destaque foi o setor varejista, que registrou expansão de 47% em relação a abril. Já o crescimento entre instituições financeiras e bancos atingiu 17%, enquanto a busca por financiamento no segmento de serviços caiu 4%.
No varejo, o ranking do INDC por segmento em relação a abril foi impulsionado por Vestuário (22%), Eletromóveis (16%), Móveis (15%) e Lojas de Departamento (12%). Apenas a categoria Outros registrou queda de 1% no INDC, que abrange um universo de 94 instituições financeiras e varejistas e mensura o apetite do brasileiro ao crédito.
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