A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, alertou para o risco de que as críticas à integração internacional deflagrem uma gradual erosão do sistema comercial e da própria instituição que lidera. A advertência consta na abertura do relatório anual divulgado nesta terça-feira, 12.
Ngozi lembra que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a ordem econômica vigente sustenta que a interdependência entre os países favorece a paz e a prosperidade comum. "Hoje, esta visão está ameaçada, tal como o futuro de uma economia global aberta e previsível", afirma.
A economista nigeriana cita uma série de efeitos negativos associados a um potencial processo de fragmentação global, entre eles uma maior dificuldade na resolução de desafios ambientais.
Neste cenário, Ngozi reconhece que a OMC não é perfeita, mas ressalta que o argumento em favor do fortalecimento do sistema de comércio é mais forte que o para o seu abandono. "Os desafios complexos de hoje exigem mais, e não menos, cooperação internacional e os membros da OMC estão ativamente analisando como atualizar e melhorar o conjunto de regras da OMC para que o comércio possa contribuir plenamente para respostas eficazes", comenta.
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