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'Não temos espaço para testes em equipe econômica', diz presidente do Bradesco

O governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode usar o "fator tempo" para escolher bem a sua futura equipe econômica, mas tem de estar ciente de que não há espaço para "testes ou experimentos", na opinião de Octavio de Lazari Jr., presi

Aline Bronzati, correspondente (via Agência Estado)

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Escrito por Aline Bronzati, correspondente (via Agência Estado)
Publicado em 18.11.2022, 08:11:00 Editado em 18.11.2022, 08:14:00
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O governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode usar o "fator tempo" para escolher bem a sua futura equipe econômica, mas tem de estar ciente de que não há espaço para "testes ou experimentos", na opinião de Octavio de Lazari Jr., presidente do Bradesco. O cenário a partir de 2023, alerta, é "extremamente desafiador" e exige um time "engajado", a par não só dos principais problemas do País, como o controle da inflação e o equilíbrio do fiscal com o social, mas os caminhos para resolvê-los. A seguir, os principais trechos da entrevista ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Quais são as suas expectativas para o novo governo?

O País tem um desafio grande com relação à inflação. Ela é extremamente ruim principalmente para as pessoas menos favorecidas. Controlando a inflação, a expectativa é de que a gente tenha redução de taxas de juros, o que seria muito importante para o País entrar numa rota de crescimento. Vamos ter de esperar um pouco para ver os sinais do novo governo, a composição da equipe econômica. Mas, apesar do cenário extremamente desafiador, há oportunidades.

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Quais?

Saímos na frente do mundo para tentar debelar a inflação e começar a trabalhar a redução da taxa de juros. Então, a expectativa é de que o Brasil possa ter uma rota de crescimento melhor. O grande desafio é equilibrar o social com o fiscal, dando sinais claros de que vai continuar apoiando e ajudando as pessoas mais carentes, mas, por outro lado, propiciar atratividade maior para investimentos.

Como o sr. vê as discussões em torno da situação fiscal e social e as críticas à PEC da Transição?

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O governo tem mapeado o tamanho dessa necessidade fiscal para continuar a fazer o pagamento do Auxílio Brasil, ou seja lá o nome que for dado. Temos de encontrar quais são os caminhos dentro do arcabouço fiscal para poder dar esse auxílio. Tem a reforma tributária que está na mesa e pode ser uma das alternativas para cobrir parte desse (rombo) fiscal. Entendo que aumentar a carga tributária não é a melhor alternativa porque já é muito alta.

Quando o sr. cita aumento de impostos, é uma crítica antecipada a um possível aumento de tributação aos bancos?

Não, estou falando de uma maneira geral. É possível ter a mesma carga tributária, mas ganhando em escala, ou seja, aumentando o bolo da receita por conta do faturamento.

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O mercado tem cobrado o anúncio da equipe econômica. Como deve ser esse perfil?

O mais importante é ter técnicos competentes, seja do mundo político ou técnico. Temos de dar um desconto (para a demora na nomeação), porque eles (o governo) têm convicção de que a escolha da equipe é muito importante. Não temos espaço para testes ou experimentos, temos de estar com uma equipe bastante engajada, sabendo quais são os problemas e os desafios do Brasil e quais os caminhos a tomar.

O balanço do Bradesco no terceiro trimestre foi afetado pelo aumento da inadimplência. Qual a estratégia para domá-la?

A inadimplência é um pouco fruto do que veio da pandemia. As pessoas estavam com mais recursos por conta do apoio financeiro que o governo deu. Só que a inflação corrói o poder de compra. Em função disso, tem uma carência maior das pessoas para cumprir seus compromissos. O banco tomou as medidas necessárias. Fez alterações na política de crédito, ajustes nos modelos de aprovação. A partir daí, tem o controle da inadimplência, e ela deve começar a ceder.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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