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Não há sangria para petróleo do País; exportações podem ser reorientadas, diz Ardenghy, do IBP

O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, disse nesta quarta-feira, 2, que as consequências do tarifaço do governo americano para o petróleo brasileiro ainda não estão claras, mas que, de toda forma, não serão uma "sa

Gabriel Vasconcelos (via Agência Estado)

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Escrito por Gabriel Vasconcelos (via Agência Estado)
Publicado em 02.04.2025, 22:20:00 Editado em 02.04.2025, 22:28:52
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O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, disse nesta quarta-feira, 2, que as consequências do tarifaço do governo americano para o petróleo brasileiro ainda não estão claras, mas que, de toda forma, não serão uma "sangria" para o setor.

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Ardenghy lembrou que os 10% são uma média para a pauta das importações que chegam do Brasil e que, portanto, a tarifa para o petróleo pode ser menor. O produto, disse, poderia ser, inclusive, "excepcionado" da lista de taxações, uma vez que os EUA são deficitários no setor: produzem uma média entre 14 milhões e 15 milhões de barris de óleo bruto, mas consumindo 21 milhões de barris por dia.

As tarifas por setor devem ser divulgadas pelo governo americano nas próximas horas, mais tardar amanhã.

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"Os EUA importam pouco mais de 6 milhões de barris de petróleo todos os dias, a maior parte do Canadá e do México, mas também de países como Arábia Saudita e outros do Oriente Médio, além de um pouco do Brasil", diz. "Taxar o produto só vai aumentar o preço dos combustíveis para o próprio consumidor final americano. E o petróleo é, em boa medida, inelástico, sem alternativa no curto prazo. Então, será que vão mesmo colocar isso? A gente acha que o petróleo pode ser excepcionado deste tarifaço", enfatizou o presidente do IBP.

Exportação aos EUA

Segundo o instituto, entre 2019 e 2024, o Brasil exportou, na média, 1,4 milhão de barris de petróleo por dia, sendo 162 mil bpd (11%) para os EUA. Especificamente em 2024, esse volume aos EUA chegou a 239 mil bpd, cerca de 14% do total exportado pelo Brasil, o que coloca os EUA como 2º destino da produção brasileira. Hoje, disse ele, essa exportação aos EUA está pouco abaixo dos 200 mil bpd.

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Segundo Ardenghy, a guerra na Ucrânia pesou para o aumento das exportações brasileiras de óleo bruto aos EUA, uma vez que o país buscou substituir o que vinha de países ora embargados, como a Rússia. Além dos EUA, outro mercado que o petróleo brasileiro passou a alimentar, de forma inédita, foi o europeu, sobretudo Holanda e Espanha.

Sem sangria

Perguntado sobre o caso de a tarifa ao produto ficar mesmo em 10%, Ardenghy disse que isso vai afetar as operações de exportações de quase todas as empresas que atuam no Brasil, mas não será uma "sangria" porque a demanda global vai permanecer e o produto brasileiro vai ser reorientado a outros mercados - em um rearranjo similar, mas em escala menor ao que aconteceu na esteira da guerra na Ucrânia.

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As mais afetadas, diz Roberto Ardenghy, seriam as petroleiras que têm operações mais voltadas à exportação, como as chamadas "majors" que não a Petrobras (que destinou só 9% das exportações de petróleo aos EUA no quarto trimestre e tem operação verticalizada no Brasil) e as chamadas petroleiras independentes com maior exposição ao mercado externo.

"Mas esse impacto não será duradouro: o produto vai achar outro destino; vai ser feito um rearranjo porque esse movimento não reduz a demanda", disse Ardenghy.

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