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Não é verdade que queda da Selic teria efeito imediato no crédito, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 25, que não é verdade que uma queda na taxa Selic teria efeito imediato no volume das concessões de crédito no País. Segundo ele, se o movimento não for feito com credibilidade,

Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)

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Escrito por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)
Publicado em 25.04.2023, 13:25:00 Editado em 25.04.2023, 13:31:50
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 25, que não é verdade que uma queda na taxa Selic teria efeito imediato no volume das concessões de crédito no País. Segundo ele, se o movimento não for feito com credibilidade, o efeito pode ser o contrário.

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"Apenas 2,2% do crédito roda com Selic. Eu determino os juros de 1 dia e a economia não gira no juro curto. Se eu não tiver credibilidade, os demais juros vão subir. Não necessariamente reduzir o juro curto abaixa o juro longo. Por isso preciso fazer os movimentos no timing correto para a queda se propagar na curva", afirmou Campos Neto, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O presidente do Banco Central repetiu nesta terça que o aumento do crédito direcionado reduz a potência da política monetária. Segundo ele, isso ajuda a explicar o motivo do BC precisar aumentar mais os juros que outros países com inflação semelhante.

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"O Brasil tem um volume de crédito direcionado de 40,3%, nenhum outro país do mundo tem isso. Quando tenho muita meia-entrada, o preço da entrada inteira aumenta. Em países emergentes a média do crédito direcionado é de 3% ou 4%. O crédito direcionado funciona como 'tubo entupido' para política monetária", afirmou Campos Neto.

Ele alegou que a taxa real de juros do Brasil é semelhante a outros países. "É verdade que a taxa real do Brasil é mais alta que outros países, mas não é verdade que seja mais alta só agora. Ela está inclusive abaixo da média desse diferencial no passado", rebateu. "É claro que o BC gosta de trabalhar com juros mais baixos de forma sustentável", concluiu.

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