O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, em entrevista à Globonews, que não dá para dizer que mudança no cenário externo vai afetar decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio. "Hoje, o cenário não mudou substancialmente", disse, lembrando que não é o BC quem determina a meta de inflação, mas que a autoridade monetária usa os juros para alcançar essa meta que é definida pelo governo.
Campos Neto esclareceu que havia uma visão de que o cenário para o corte de juros no País não havia mudando substancialmente, ao justificar a mudança de sinalização do Copom sobre a avaliação do ritmo de cortes de juros - em vez de apontar cortes em duas reuniões, passou-se a considerar apenas uma reunião.
Ele disse que não existe relação mecânica entre o cenário dos juros norte-americanos e o brasileiro.
Campos Neto pontuou que, no caso do juro norte-americano ficar mais alto por mais tempo, acabará captando a liquidez por mais tempo, deixando menos espaço para o mundo emergente. Por isso, em termos de fluxo financeiro mundial e de corte nos Estados Unidos, as perspectivas mudaram.
Ele voltou a comentar os dados de inflação do Brasil e Estados Unidos. "Tivemos notícia boa no IPCA e uma notícia ruim no cenário externo", disse, referindo-se, na questão externa, ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos de março, divulgado mais cedo.
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