O Ibovespa avança na manhã desta sexta-feira, 9, se ajustando à alta de quinta-feira, 8, em Nova York, quando a B3 ficou fechada. Com isso, mira uma sétima semana consecutiva de ganhos e quem sabe possa registrar a melhor valorização para o período desde a semana de 8 a 12 de maio, quando subiu 3,15%. Até o momento, a alta semanal é de 3,59%.
"Seria oportuno buscar os 117 mil pontos, vazando os preços de novembro de 2022", diz o economista Álvaro Bandeira em comentário matinal. Antes de sair para o feriado, o Índice Bovespa fechou a quarta-feira (7) com alta de 0,77%, aos 115.488,16 pontos, no maior nível do ano e melhor marca em sete meses.
O aumento das expectativas de manutenção dos juros nos Estados Unidos foi reforçado na quinta-feira após a divulgação de um dado fraco de emprego do país. Isso e a espera de uma alta pelo BCE na semana que vem tendem a enfraquecer um pouco o dólar, de forma a estimular recursos para países emergentes como o Brasil, avalia Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos.
"É isso que está dando o drive no mundo hoje", diz. "E a alta do minério em torno de 14% em poucas semanas é positivo e há sinais de fluxo comprador de Bolsa, de gringo", acrescenta Costa, da Fatorial.
A despeito de indícios de fraqueza da economia chinesa após o CPI de maio subindo menos do que o esperado, traz alento a expectativa de que o banco central chinês possa reduzir os juros em algum momento, na tentativa de estimular a economia após algumas instituições estatais do gigante asiático cortarem suas taxas de depósito.
"Sinal de crescimento em ritmo menor da China abre espaço para que o governo Banco do Povo chinês comece a cortar juros. Hoje, os principais bancos começaram a reduzir suas taxas e isso se traduz em estímulo à economia, com país ativando a atividade principalmente por meio do setor imobiliário e da construção. Isso aumenta a perspectiva de aumento da demanda por itens ligados ao aço e ao minério de ferro", explica Segundo Paloma Brum, analista da Toro Investimentos.
Hoje, em Dalian, o minério de ferro fechou com alta de 3,44%, o que induz elevação das ações da Vale. As da Petrobras também avançam, apesar do ganho modesto do petróleo no exterior. "Os sinais de fraqueza na China não impediram a continuidade da recuperação do minério de ferro nos mercados asiáticos, com a oitava alta consecutiva do preço em Cingapura, já acima de US$ 110/ton. O petróleo, por sua vez, recuou ontem e ensaia uma reação nesta manhã, com o Brent na faixa de US$ 76", menciona em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
Nesta quinta-feira em Nova York, as ações subiram o suficiente para Wall Street entrar em um novo bull market (mercado de alta), em especial, com a recuperação do S&P 500, em meio ao aumento das expectativas de manutenção dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) na semana que vem. Hoje, a maioria dos índices sobem.
Segundo Brum, da Toro, o mercado americano reage a sinais fortes de início de desaceleração do mercado de trabalho, mas pondera que ainda é preciso consolidar essa ideia com outros indicadores. "Essa perspectiva foi bem positiva para as bolsas americanas, indicando que há espaço para que o Fed comece a cortar os juros mais cedo do que o esperado. Para a reunião da próxima semana, há expectativa majoritária de pausa no ciclo de alta dos juros dos Estados Unidos", afirma.
Às 11h desta sexta, o Ibovespa subia 0,91%, aos 115.542,31 pontos, ante máxima aos 116.828,04 pontos, quando avançou 1,16%. Vale tinha alta de 0,98%. Petrobras avançava 1,39% (PN) e 0,93% (ON). Entre os grandes bancos, os ganhos iam de 0,29% (Itaú Unibanco PN) a 2,04% (Bradesco ON).
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