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Na volta do feriado, dólar sobe 0,14% e fecha a R$ 5,1689 de olho no Fed

Após esboçar uma arrancada nas primeiras horas de negócios, quando rompeu o teto de R$ 5,20 e registrou máxima a R$ 5,2128 (+0,99%), o dólar perdeu força no transcorrer do pregão e encerrou esta quarta-feira, 22, cotado a R$ 5,1689, em alta de 0,14%. Na v

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 22.02.2023, 18:42:00 Editado em 22.02.2023, 18:46:37
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Após esboçar uma arrancada nas primeiras horas de negócios, quando rompeu o teto de R$ 5,20 e registrou máxima a R$ 5,2128 (+0,99%), o dólar perdeu força no transcorrer do pregão e encerrou esta quarta-feira, 22, cotado a R$ 5,1689, em alta de 0,14%. Na volta do feriado de Carnaval e em sessão que começou às 13h, a liquidez foi reduzida, o que deixou a formação da taxa de câmbio mais sujeita a operações pontuais.

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A escalada da moeda americana no início do pregão foi atribuída a um ajuste à piora do apetite ao risco ontem lá fora (quando o mercado local estava fechado) em razão da perspectiva de mais aumentos de taxa de juros nos EUA, cujos indicadores revelam economia ainda aquecida a arrefecimento lento da inflação. Divulgada às 16h, a ata do mais recente encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC americano) ratificou a visão de continuidade do aperto monetário nos EUA e taxa terminal acima de 5%.

Segundo operadores, passando o momento mais forte de ajustes, o dólar acabou se acomodando abaixo da linha de R$ 5,16 e registrou mínima a R$ 5,1535 (-0,15%) antes da divulgação da ata do Fed. Lá fora, a moeda americana subiu frente ao euro e em relação a maior parte das divisas de países exportadores de commodities, mas recuou na comparação com pares relevantes do real, como peso mexicano e o peso chileno.

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O head de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano, lembra que o dólar havia recuado por aqui na sexta-feira, pré-carnaval, na contramão da tendência global. Era de se esperar que houvesse uma alta mais expressiva no início da sessão, dado o tom azedo do mercado internacional ontem.

"As prévias de inflação não vieram boas nos Estados Unidos e a perspectiva é de que os juros devem continuar subindo. O mercado esperava alta em março e maio, mas já se fala agora em elevação também em junho", afirma Caciano, para quem também podem pesar contra o real no curto prazo os ruídos políticos locais. "O discurso do presidente Lula não bate com o da equipe econômica, isso acaba gerando muita incerteza no mercado".

A ata do Fed mostrou que o BC americano avalia ser necessário avançar com o aperto monetário e que há chances elevadas de uma recessão neste ano. "O comitê continua comprometido em retornar inflação à meta de 2%", diz a ata, admitindo que "um crescimento abaixo da tendência seria necessário para reduzir a inflação". O documento traz ainda que alguns dirigentes defenderam aumento de 50 pontos-base da taxa básica.

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Para o sócio e CIO da Tag Investimentos, Dan Kawa, em uma leitura inicial, a ata do Fed parece trazer um tom mais duro, o que deve dar suporte ao movimento do mercado de altas de juros por mais tempo e taxa terminal mais elevada. "Alguns membros do Fomc comitê de política monetária do Fed parecem claramente desconfortáveis com o recente afrouxamento das condições financeiras. Após o ajuste, que me pareceu técnico, em janeiro, o mercado parece retornar as tendências que prevaleceram ao longo de 2022", escreve Kawa, no Twitter.

Por aqui, o Boletim Focus trouxe nova rodada de deterioração das expectativas de inflação. Houve alta na projeção para o IPCA deste ano (de 5,79% para 5,89%) e para 2024 (de 4,00% para 4,02%). Há quatro semanas, a expectativa para o IPCA do ano que vem, que ganha cava vez mais importância no horizonte de convergência de inflação à meta, era de 3,84%.

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