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Na contramão de NY, Ibovespa cai 1,01%, a 127,1 mil, e recua 1,38% na semana

O Ibovespa acumulou perda de 1,38% nesta semana de transição de mês, mais do que devolvendo o avanço de 1,04% na semana anterior que se mantém, até aqui, como a única de desempenho positivo neste começo de 2024. Assim, no ano, as perdas do Ibovespa chegam

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 02.02.2024, 18:43:00 Editado em 02.02.2024, 18:48:02
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O Ibovespa acumulou perda de 1,38% nesta semana de transição de mês, mais do que devolvendo o avanço de 1,04% na semana anterior que se mantém, até aqui, como a única de desempenho positivo neste começo de 2024. Assim, no ano, as perdas do Ibovespa chegam agora a 5,22%, com baixa de 0,45% no agregado das duas primeiras sessões de fevereiro.

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Vindo de ganhos de 0,57% e 0,28% na quinta e quarta-feira, o índice da B3 caiu hoje 1,01%, aos 127.182,25 pontos, na contramão de avanços que chegaram a 1,74% (Nasdaq) no encerramento dos negócios em Nova York, onde Dow Jones e S&P 500 renovaram hoje recordes. Na B3, o giro ficou em R$ 23,9 bilhões.

Aqui, as principais ações recuaram em bloco nesta última sessão da semana, à exceção de bem poucos nomes, como Gerdau (PN +2,38%) e Metalúrgica Gerdau (PN +1,52%), estimuladas por recomendação elevada de 'neutra' para 'compra', na avaliação do Goldman Sachs. Na ponta perdedora do Ibovespa, destaque para Cogna (-6,94%), Casas Bahia (-6,01%) e PetroReconcavo (-4,77%). No lado oposto, além das duas ações de Gerdau, Azul (+3,62%), Carrefour (+1,39%) e Eztec (+1,24%) - apenas 15 dos 87 papéis da carteira teórica do índice conseguiram evitar perdas na sessão.

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O desempenho negativo do petróleo e do minério de ferro nesta sexta-feira resultou em retração tanto para Petrobras (ON -1,47%, PN -1,30%) como para Vale (ON -2,03%). Também entre as blue chips, poucas ações de bancos conseguiram se decolar do tom negativo que prevaleceu ao longo do dia, com leve alta de 0,15% (Itaú PN) e de 0,13% (Bradesco PN) no fechamento da sessão.

Em relatório mensal sobre a Bolsa brasileira em janeiro - intervalo em que o Ibovespa cedeu 4,79% ante as máximas históricas do fim de dezembro -, o head de research da Guide Investimentos, Fernando Siqueira, aponta que "a queda só não foi maior por conta de alguns nomes com peso elevado no índice, como Petrobras, Ultrapar e Banco do Brasil, que apresentaram alta no mês".

"Empresas menores e cíclicas tiveram queda muito maior do que a do Ibovespa. Acreditamos que a queda reflete a piora nas perspectivas de corte de juros ao redor do mundo, particularmente nos EUA (e também uma expectativa pouco realista de cortes implícita nos preços anteriormente)", acrescenta o relatório.

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"O fluxo de investidores estrangeiros ficou negativo no mês, refletindo esta deterioração marginal no cenário", acrescenta Siqueira, referindo-se também ao fato de as taxas de juros de mercado terem apresentado alta sensível em janeiro, "o que favoreceu empresas de valor - como produtores de commodities e bancos - e pressionou as de crescimento - como saúde, educação, e-commerce". "A alta de juros favoreceu a fuga de investidores estrangeiros: após uma entrada grande de recursos externos em novembro e dezembro, janeiro foi marcado por resgates na B3."

Principal divulgação na agenda desta sexta-feira, o payroll de janeiro nos Estados Unidos contém ruídos e não pode ser lido como um relatório de empregos forte, segundo o economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman. Ainda assim, joga um "balde de água fria" quanto a março como possível começo da flexibilização monetária por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), acrescenta o economista, relata de Nova York a correspondente Aline Bronzati, do Broadcast.

A probabilidade de a taxa de juros ser mantida pelo Federal Reserve foi reforçada para março com a rodada de dados divulgados nesta sexta-feira nos EUA - ontem, estava em 62% e subiu hoje para 79,5%. Os indicadores mexeram ainda com as apostas para maio, com crescimento da chance de o patamar também seguir inalterado, ainda que a chance de início do alívio continue como o desfecho mais provável para a reunião do quinto mês do ano - hoje, possibilidade de corte estimada em 71,2%, ante 93,8% no quadro que prevalecia ontem para maio, de acordo com dados da CME.

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Apesar da ressalva apontada pelo JPMorgan, o sólido relatório oficial sobre o emprego nos Estados Unidos resultou tanto em alta do câmbio, com o dólar a R$ 4,9683 (+1,07%), como da curva dos DIs nesta sexta-feira, observa Daniely Holanda, sócia da Matriz Capital. "Os dados do payroll de geração de vagas de trabalho em janeiro ficaram quase 90% acima do consenso, reforçando a incerteza quanto ao momento do início da redução de juros nos EUA."

"Além da quebra na expectativa para a geração de vagas de trabalho em janeiro, bem acima do esperado, a evolução média da remuneração também superou o que se projetava - algo sempre acompanhado muito de perto, pelas implicações para a inflação", diz Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Na agenda doméstica desta sexta-feira, o economista da Pezco Helcio Takeda avalia que o crescimento acima do esperado da produção industrial em dezembro, de 1,1%, adiciona viés de alta à projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2023, atualmente em 0,2%. O resultado da produção industrial brasileira no último mês do ano passado superou a mediana do Projeções Broadcast, que indicava alta de 0,2%, e veio em linha com o teto da pesquisa (1,1%).

O quadro das expectativas para o comportamento das ações no curtíssimo prazo está bastante polarizado no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, as previsões de alta e de baixa têm fatia de 42,86%, enquanto a de estabilidade tem 14,29% das indicações. No Termômetro anterior, as estimativas de alta, queda e variação neutra tinham 33%, cada.

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