O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu que as autoridades monetárias monitorem de perto o impacto das mudanças climáticas para o mundo e destacou que, no Brasil em especial, não há dúvidas da relação da sustentabilidade com a instituição. "A mudança climática está intrinsecamente ligada ao nosso mandato", afirmou, durante LiveBC desta segunda-feira, 4, que tem como tema "O BC na visão de Roberto Campos Neto".
Campos Neto citou como exemplo a grande correlação de preços de produtos com fenômenos naturais. "Isso tem ligação com volatilidade de preço de alimentos. É algo que faz com que a inflação, que é um mandato do BC, tenha mais volatilidade também", argumentou.
Ele também citou o impacto de desastres sobre energia, que tem a ver com estabilidade financeira. "Este é outro mandato do BC", acrescentou.
Campos Neto salientou que este é um tema fundamental durante a presidência do Brasil no grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que começou no último dia 10.
Ele lembrou que o assunto tem sido amplamente debatido durante as reuniões do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). Por isso, explicou, há grandes dúvidas sobre se os bancos centrais deveriam aplicar testes de estresse nas instituições financeiras relacionadas com o clima e se deveria haver mais preocupação com a volatilidade dos preços dos alimentos, por exemplo.
O mercado de carbono, conforme o presidente, é outro lado desse debate. "O Brasil e o mundo precisam se envolver e desenvolver esse mercado", defendeu. "O Brasil deveria ter papel fundamental na criação e regulação desse mercado, pois temos oportunidade de monetizar a floresta e é importante que o BC esteja inserido nesse tema", continuou.
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