O dólar recuou ante divisas rivais e parte das emergentes, movimento intensificado pela queda nas expectativas de inflação nos Estados Unidos, o que tende a reduzir expectativas por aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed). Investidores também acompanharam falas de dirigentes do Fed e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), além de relatório do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) sobre alta de preços em algumas regiões do país.
Por volta das 17h (de Brasília), o euro subia a US$ 1,1001. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,29%, aos 101,972 pontos.
O dólar abriu o pregão em alta, revertendo perdas da sessão anterior. Contudo, a moeda americana enfraqueceu à medida que investidores se posicionavam para falas de dirigentes do Fed nesta manhã e acelerou queda após dados apontarem queda nas expectativas de inflação em 1 ano dos EUA.
Para o ING, o maior "evento de risco" para o dólar nesta semana é o relatório de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA em junho, a ser divulgado na quarta-feira, 12. "Uma surpresa negativa da inflação pode fazer com que o DXY teste as mínimas de 101,00 pontos de abril, mas acreditamos que o dólar pode, ao contrário, encontrar algum suporte na publicação do CPI e se estabilizar na segunda metade da semana", projeta o banco.
Hoje, a presidente da distrital do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou que é cedo para comemorar o fim da inflação alta nos EUA, e que as projeções que defendem mais dois aumentos de juros pela autoridade monetária até o fim de 2023 são "realistas e razoáveis". Já Raphael Bostic (Atlanta) defendeu que, apesar da inflação elevada, os dirigentes podem ser pacientes em meio as evidências de desaceleração econômica, considerando que a política monetária "está claramente em território restritivo".
Do outro lado do Atlântico, o presidente do BoE, Andrew Bailey, comentou hoje que a inflação permanece "inaceitavelmente alta" no Reino Unido. Segundo ele, os preços e salários britânicos não estão consistentes com um quadro de inflação na meta de 2%. Bailey afirmou ainda esperar que parte da escalada de juros seja sentida integralmente na atividade econômica, com sinais de arrefecimento nas pressões inflacionárias daqui para frente.
Em relatório, a Convera avalia que dados do mercado de trabalho do Reino Unido divulgados amanhã devem estar em foco, devido a preocupação do BoE com o crescimento dos salários. Na visão da consultoria, os dados podem sustentar as apostas do mercado por mais aperto monetário pelo BC britânico, apoiando a libra - atualmente em seu maior nível dos últimos 15 meses, conforme a Convera - contra outras divisas do G10. No horário citado, a libra subia a US$ 1,2862.
Ainda entre os destaques desta sessão, o iene também se valorizou contra o dólar, seguindo divulgação do relatório do BoJ, que melhorou avaliação para 3 de 9 economias regionais. De acordo com reportagem do JapanTimes, o BC também revelou hoje crescimento robusto nos salários, indicando mercado de trabalho apertado, e alta nos preços de algumas regiões do país. Porém, segundo o Rabobank, os dirigentes do banco central ainda devem precisar de mais confiança que a inflação alta conseguirá ser sustentada antes de realizar qualquer mudança em sua política monetária, embora especulações sobre o possíveis mudanças devido a dados recentes possam oferecer suporte para o iene antes da próxima reunião do BoJ. No horário citado, o dólar recuava a 141,30 ienes.
Entre emergentes, o dólar subia a 260,8778 pesos argentinos no mercado oficial, enquanto o dólar blue avançava a 495,00 pesos no mercado paralelo da Argentina. Em reportagem, o jornal Ámbito Financeiro revelou que a Polícia Federal da Argentina e órgãos reguladores alfandegários fizeram buscas em seis bancos e cinco empresas na região central de Buenos Aires nesta segunda-feira, buscando informações sobre operações de falsas importações utilizadas para permitir fuga de divisas fora do mercado de câmbio oficial do país.
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