O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em relação à inclusão da carne na cesta básica desonerada que, na sua posição, a tendência é ser derrotado em disputas políticas. Ele foi questionado sobre a "paternidade" da medida: se era do governo, da oposição ou dos parlamentares. Ele participa do 9º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji, na manhã desta sexta-feira, 12.
"O ministro da Fazenda ou é derrotado ou é parcialmente derrotado, não existe alternativa para ele ganhar nunca", disse, acrescentando: "Fui parcialmente derrotado, mas fui o único que conseguiu cobrar alguma coisa". Ele ponderou que a União não cobra imposto sobre a carne, há incidência de tributos estaduais e reiterou que considerava o cashback uma opção melhor.
Ele pontuou que, no Brasil, são os mais ricos que se sentem mais injustiçados, citou como exemplo a cobrança de imposto de renda em fundos exclusivos e offshore e ainda disse que os ricos que têm filhos estudando em Princeton são os que mais se sentem prejudicados. "Deixa o pobre pagar imposto sobre a carne para financiar os ricos que estão fora do Brasil", criticou
"Quem está mal acostumado aqui infelizmente é a elite", disse. O ministro defendeu que é preciso enfrentar essas questões ou "vamos ver injustiça na rua o dia inteiro".
Ao comentar sobre a reforma tributária, Haddad reforçou que existem apenas três formas de se reduzir a alíquota padrão do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA): permitir o mínimo possível de exceções à alíquota-padrão, combater a sonegação, ou tributar a renda, como faz os países membros da OCDE.
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