O Ministério da Fazenda revisou novamente a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. De acordo com a grade de parâmetros divulgada nesta segunda-feira, 18, pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade este ano passou de 3,2% para 3,3%.
O ajuste foi feito levando em conta "mudanças marginais", com destaque para o ligeiro aumento na expectativa de expansão do PIB no terceiro trimestre. Para os próximos dois trimestres, projeta-se crescimento da atividade, embora em ritmo inferior ao observado nos dois primeiros trimestres deste ano.
Para 2025, a projeção foi mantida em 2,5%. A Fazenda argumentou que, apesar do aumento esperado para a taxa básica de juros nos próximos meses, as expectativas para a safra de grãos e para a produção extrativa no próximo ano melhoraram significativamente, compensando o efeito negativo da política monetária mais contracionista sobre a atividade. O último boletim macrofiscal havia sido divulgado em setembro.
Para este ano, a queda esperada para o PIB agropecuário em 2024 passou de 1,9% para 1,7%, já incorporando revisões nas expectativas para as colheitas de laranja, café, trigo, algodão e cana-de-açúcar, além dos dados preliminares de abate do terceiro trimestre. No caso da indústria, a expectativa de crescimento em 2024 se manteve em 3,5%, segundo a Fazenda, guiada pelo bom desempenho projetado para a transformação e construção. Já a projeção para a expansão dos serviços subiu ligeiramente, passando de 3,3% para 3,4%.
Para o terceiro trimestre de 2024, a projeção de crescimento subiu de 0,6% para 0,7%, ainda implicando em desaceleração moderada do ritmo de atividade na margem. De acordo com a SPE, a mudança na projeção reflete pequenas revisões nas estimativas de crescimento para o setor agropecuário e de serviços. Na margem, a perspectiva é de desaceleração no ritmo de crescimento, "principalmente em função da forte expansão observada no segundo trimestre". Na comparação interanual, no entanto, projeta-se aceleração do crescimento, de 3,3% no segundo trimestre para 3,9% no terceiro.
Para os anos seguintes, 2025, 2026 e 2027, a Fazenda manteve as projeções de crescimento, respectivamente em 2,5%, 2,6% e 2,6%, com exceção de um ajuste marginal para 2028, cuja expectativa de alta do PIB foi de 2,5% para 2,6%.
"Até 2028, o crescimento deverá seguir próximo a 2,5%. A estimativa é conservadora, podendo surpreender a depender dos ganhos de produtividade e de eficiência alocativa que emergirem do Plano de Transformação Ecológica e da reforma tributária. O aumento na produção e exportação de petróleo e de energias renováveis também podem contribuir para elevar o potencial de crescimento do Brasil ao longo dos próximos anos", afirmou a pasta.
No último relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 18, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central projetaram uma alta de 3,10% para o PIB de 2024. Para 2025, a estimativa no Focus é de alta de 1,94%. As projeções de mercado para 2026 e 2027 estão em 2%, para os dois anos.
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