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Mesmo com altas de bolsas no exterior, preocupação fiscal local pesa no Ibovespa

O índice Bovespa aprofundou a queda na manhã desta sexta-feira, 31, apesar da alta externa. Com isso, o indicador caminha para encerrar em baixa considerável no primeiro trimestre. Perto de 11 horas, caía quase 6% no período. As perdas serão mais expressi

Maria Regina Silva (via Agência Estado)

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Escrito por Maria Regina Silva (via Agência Estado)
Publicado em 31.03.2023, 11:30:00 Editado em 31.03.2023, 11:34:27
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O índice Bovespa aprofundou a queda na manhã desta sexta-feira, 31, apesar da alta externa. Com isso, o indicador caminha para encerrar em baixa considerável no primeiro trimestre. Perto de 11 horas, caía quase 6% no período. As perdas serão mais expressivas do que as de 2021, quando houve recuo de 2,00%, mas não superiores às de 36,86%, por conta da crise da covid-19. Além disso, pode fechar em declínio pelo segundo mês consecutivo, mas subir na semana.

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Por aqui, os investidores esperam novas informações sobre as regras fiscais apresentadas ontem e que serão detalhadas ao setor financeiro e produtivo hoje pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda). Em meio a incertezas nesta seara, algumas ações ligadas ao consumo caem, diante da pressão de alta nos juros futuros.

"Os juros sofrem e a Bolsa também. Os juros estão com jeito de que ficarão altos por mais tempo Selic está em 13,75% ao ano. Há o temor de volta daquele modelo do governo Lula passado, de um fiscal mais gastador com uma política monetária apertada", avalia Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree Capital. "O único ativo que segue positivo é o câmbio real se fortalece. Logo a moeda pode ficar aquém de R$ 5,00", completa. Às 11h02, o dólar à vista ante o real cedia 0,15%, a R$ 5,0884.

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O arcabouço fiscal ainda segue no radar dos investidores e especialistas, que miram os detalhes na tentativa de ver o quão crível são as medidas, apesar de o projeto já ter sido apresentado ontem pelo governo.

Para a economista-chefe do TC, Marianna Costa. a palavra "razoável" cabe bem para definir o que foi apresentado do novo arcabouço fiscal até o momento. "Vai no sentido de algo razoável, quando olhamos para o lado da meta", afirma. Conforme ela, as novas regras podem abrir caminho para melhora da nota de crédito do Brasil, para volta de recursos externos na B3 e até mesmo para a queda taxa Selic. Só que isso, adverte, não deve acontece de forma imediata. "É algo a ser construído ao longo dos próximos meses. Temos de ver como sairá do Congresso", diz.

Porém, a economista do TC faz ponderações. A despeito de as informações e dados divulgados pelo governo até agora sugerirem uma trajetória possível, ressalta que a meta de superávit primário deveria estar mais perto de 1,5% do PIB, como indicam alguns estudos, cita. "Talvez pudesse ser um pouco mais rigoroso. O esforço pudesse ser um pouco maior", avalia Marianna.

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Conforme Jolig, a expectativa é de que o aumento das receitas previsto pelo governo virá por meio ao aumento da carga tributária. A duvida, diz o CIO da Alphatree Capital, é ver como isso se dará e quais setores serão afetados. "Claramente, as receitas virão por meio de impostos", diz.

Na próxima semana, será enviado à Câmara Federal o projeto de lei complementar que estabelece o novo arcabouço fiscal. "A principal dúvida é se este ajuste das contas públicas, baseado principalmente no crescimento das receitas, será viável tendo em vista a elevada carga tributária e natural resistência do Congresso em elevar impostos ou cortar benefícios fiscais", cita em nota a MCM Consultores.

As bolsas de Nova York e da Europa sobem na esteira do índice de preços PCE dos EUA. Houve desaceleração maior que o esperado pelo mercado do núcleo do indicador, o que pode sugerir decisões de juros mais brandas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

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O petróleo sobe perto de 1% no exterior. As ações da Petrobras tinham alta de 0,21% (PN) e de 0,07% (ON). A primeira reunião da nova diretoria será realizada hoje. A princípio, não devem ser tratados temas considerados complexos e sensíveis, apurou o Broadcast.

Apesar da elevação de 1,17% em Dalian, na China, do minério de ferro, os papéis da Vale caíam 0,02%. A mineradora informou hoje que não foi notificada da decisão judicial noticiada na imprensa, que teria determinado o depósito judicial no valor de R$ 10,3 bilhões, dividido igualmente entre a companhia e a BHP Brasil.

Já as ações da CSN e CSN Mineração subiam quase 1,50%. As empresas assinaram contrato de financiamento de pré-pagamento de exportação no valor total de até US$ 1,4 bilhão e prazo de 12 anos.

Às 11h09, o Ibovespa caía 0,27%, aos 103.438,15 pontos, perto da mínima diária dos 103.378,68 pontos (-0,32%), depois de subir 0,32%, na máxima aos 104.040,62 pontos.

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