MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Mesmo com ação do BC, dólar tem alta de 1,12%

Depois de um período de trégua até a semana passada, o dólar retomou o movimento de alta frente o real. No pregão desta segunda, 28, a moeda americana subiu 1,12% e fechou cotada em R$ 5,23, na contramão do que aconteceu em outros mercados no mundo. Na má

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 29.12.2020, 07:15:00 Editado em 29.12.2020, 09:48:58
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Depois de um período de trégua até a semana passada, o dólar retomou o movimento de alta frente o real. No pregão desta segunda, 28, a moeda americana subiu 1,12% e fechou cotada em R$ 5,23, na contramão do que aconteceu em outros mercados no mundo. Na máxima do dia, chegou a bater R$ 5,31, retomando o patamar do fim de novembro, quando o dólar começou a cair. No dia 10 de dezembro, a moeda americana estava em R$ 5,03.

continua após publicidade

Segundo analistas, no entanto, o movimento de ontem é resultado mais de questões técnicas do que de fundamentos econômicos. Os bancos, por exemplo, precisam fazer um ajuste de posições em dólar numa operação chamada de overhedge - uma proteção cambial que deixou de ser interessante após mudanças tributárias - que somam algo entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões. Também há as remessas internacionais que as multinacionais fazem para suas matrizes, o que também pressiona o câmbio.

O movimento ontem foi tão forte que o Banco Central (BC) teve de atuar no mercado para conter o avanço da moeda. No início da tarde, quando o dólar ultrapassou R$ 5,30, o BC anunciou um leilão de US$ 530 milhões no mercado à vista. O leilão teve taxa de corte de R$ 5,2620 e três propostas foram aceitas. Mais cedo, o BC havia vendido 16 mil contratos de swap (US$ 800 milhões). A atuação da autoridade monetária surtiu efeito e a moeda recuou.

continua após publicidade

Mas há uma expectativa de novas pressões até amanhã, quando os bancos precisam fechar suas posições. "O dia seria muito positivo se não fosse essa questão técnica", diz o estrategista da RB, Gustavo Cruz, referindo-se às notícias vindas do exterior. Uma delas é o pacote fiscal de US$ 900 bilhões dos Estados Unidos, que aumentou o apetite ao risco e fez as Bolsas americanas renovarem máximas históricas. O Dow Jones avançou 0,68%; o Standard & Poor's 500 subiu 0,87%; e o Nasdaq, 0,74%. Outra boa notícia foi acordo pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia.

Bolsa

Por aqui, o anúncio da Fiocruz, laboratório público ligado ao Ministério da Saúde, de que deve pedir até a próxima semana o registro da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o grupo farmacêutico AstraZeneca deu força para sustentar a B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, em terreno positivo. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 1,12%, para 119.124 pontos.

continua após publicidade

Assim como em novembro, a presença do investidor estrangeiro neste último mês do ano foi fundamental para o Ibovespa. Em dezembro, a primeira saída de recursos externos da B3 veio no último dia 22, quando foram sacados R$ 193,169 milhões, de acordo com dados divulgados ontem - no mês, o aporte líquido estrangeiro chega agora a R$ 16,525 bilhões, limitando a retirada no ano a R$ 35,038 bilhões.

Em novembro, o saldo estrangeiro foi recorde, a R$ 33,323 bilhões, o maior da série mensal iniciada em 1995. "Antes de o ano acabar, o Ibovespa pode ao menos testar os 120 mil pontos. Estamos bem perto disso", avalia Rodrigo Barreto, analista gráfico da Necton.

Dólar em 2021

continua após publicidade

No câmbio, apesar das pressões até amanhã, a expectativa também é positiva para 2021. Cruz, da RB, vê possibilidade de o dólar romper o patamar abaixo dos R$ 5,00. "Se sair a reforma tributária e o governo conseguir organizar a parte fiscal, podemos ter um recuo mais significativo. Mas, fazendo apenas o básico, já é possível ver uma queda, uma vez que o real foi uma das moedas mais afetadas."

Daniel Tatsumi, gestor de moedas da Ace Capital, tem o mesmo entendimento. Segundo ele, num cenário benigno e comparando com o movimento das principais moedas mundo afora, o dólar pode cair para R$ 4,60 no próximo ano, destacando que os resultados da balança comercial também devem dar grande contribuição para o câmbio em 2021.

Segundo analistas, o cenário também pode ser beneficiado com uma definição sobre o cronograma da vacinação contra covid-19 no Brasil - ontem, o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar o atraso brasileiro. Para ele, os laboratórios deveriam se movimentar para buscar aprovação da Anvisa, e não o Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Mesmo com ação do BC, dólar tem alta de 1,12%"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!