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Mercado volta a aumentar projeção para PIB

A variação de 1,37% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em junho, acima do esperado, levou o mercado a aumentar suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) no ano. Pesquisa do Projeções Broadcast mostra que a mediana para o

Gabriela Jucá, Daniel Tozzi Mendes e Anna Scabello (via Agência Estado)

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Escrito por Gabriela Jucá, Daniel Tozzi Mendes e Anna Scabello (via Agência Estado)
Publicado em 18.08.2024, 07:02:00 Editado em 18.08.2024, 07:08:57
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A variação de 1,37% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em junho, acima do esperado, levou o mercado a aumentar suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) no ano. Pesquisa do Projeções Broadcast mostra que a mediana para o crescimento do indicador no segundo trimestre passou de 0,5% para 0,9%; para o ano, foi de 2,2% para 2,4%, na comparação com o levantamento realizado em 15 de julho.

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O IBC-Br é considerado uma "prévia" do PIB oficial, calculado pelo IBGE. Segundo analistas, o avanço em junho confirmou a percepção de que os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a atividade foram menos intensos do que o esperado. Esse cenário de aquecimento da economia, com possível pressão sobre a inflação, também reforçou em parte do mercado a avaliação de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central poderá retomar o ciclo de alta da Selic (a taxa básica de juros) ainda neste ano.

"Tanto o headline do IBC-Br quanto as pesquisas setoriais do IBGE mostraram que o efeito do Rio Grande do Sul foi pouco expressivo sobre a atividade", afirmou o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier. Em maio, a projeção da casa era de expansão de 0,4%, para o PIB do segundo trimestre, e de 2,2% para o ano. Agora, ambas as estimativas foram elevadas: para 0,9% e 2,6%, respectivamente.

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Xavier atribui as revisões ao efeito positivo do consumo, especialmente no setor de serviços, e à força do mercado de trabalho, em um contexto de crescimento real (acima da inflação) da renda e da massa salarial. "Tivemos um crescimento disseminado e os vetores que podiam trazer o PIB para baixo não se materializaram."

Mas o economista também elevou as projeções para a trajetória da Selic neste ano (de 10,50% para 11,25%) e para 2025 (de 9,0% para 9,75%), na esteira de declarações de diretores do BC defendendo aperto na política monetária no caso de o IPCA se manter fora da meta. Xavier antevê o início da alta de juros já na próxima reunião do Copom, em setembro, com três elevações de 0,25 ponto porcentual até o fim do ano.

Para a economista-chefe da Galápagos, Tatiana Pinheiro, o resultado mais forte do IBC-Br deverá fazer com que o BC mantenha uma postura cautelosa. "Minha expectativa é de manutenção da Selic em 10,5%, mas a economia mais forte e acelerando mesmo na margem deve manter a suspeita do mercado de uma possibilidade maior de novo ciclo de alta", disse.

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A Galápagos espera alta de 0,7% para o PIB do segundo trimestre, mas Tatiana reconhece que há possibilidade de crescimento ainda maior do que o do primeiro trimestre, quando a atividade avançou 0,8% na margem.

Risco de alta do juro merece atenção, diz economista

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, elevou sua estimativa para o PIB do segundo trimestre de 0,8% para 1,2%, após os números fortes na atividade doméstica de junho. Para 2024, a estimativa da MB também foi revista, de 2% para 2,4%. Além da reconstrução do Sul, o economista chama atenção para a continuidade do impulso fiscal do governo, contribuindo para o consumo das famílias em todo o País, e para a dinâmica positiva do setor agropecuário, que impulsiona a economia principalmente dos Estados do Centro-Oeste.

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A despeito da atividade ainda bastante forte, o economista não vê, por ora, uma materialização da retomada do ciclo de alta na Selic, embora reconheça que esse risco está crescente. "É uma situação que merece atenção. Se as expectativas de inflação não cederem, o BC será instado a subir o juro."

Já o Santander projeta crescimento de 0,7%, no segundo trimestre, e de 2,3% no ano (ante 2% antes).

"Esperamos uma dinâmica de curto prazo ainda mais forte, à medida que o mercado de trabalho permanece robusto e as enchentes no Rio Grande do Sul tiveram um impacto menor na atividade econômica do que prevíamos", destacou a economista-chefe do banco, Ana Paula Vescovi.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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