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Mercado prevê Selic mantida em 13,75% e corte só no 2º semestre

O Banco Central vem sofrendo grande pressão do governo e de alguns setores da economia para começar a reduzir a taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano. Mas, pelo menos para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que se iniciou nesta terça-feira, 21,

Marianna Gualter, Italo Bertão Filho e Daniel Tozzi Mendes (via Agência Estado)

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Escrito por Marianna Gualter, Italo Bertão Filho e Daniel Tozzi Mendes (via Agência Estado)
Publicado em 22.03.2023, 08:56:00 Editado em 22.03.2023, 09:02:16
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O Banco Central vem sofrendo grande pressão do governo e de alguns setores da economia para começar a reduzir a taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano. Mas, pelo menos para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que se iniciou nesta terça-feira, 21, e se encerra nesta quarta, 22, a taxa deve permanecer como está, na visão dos analistas do mercado financeiro.

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Essa projeção foi unânime entre as 45 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). Além disso, a maior parte delas (24) projeta o início dos cortes no segundo semestre; seis, ainda neste primeiro semestre; e outras 15, só em 2024. A mediana de todas as projeções aponta que a Selic deve terminar este ano em 12,5%, chegando a 10,25%, no fim de 2024, e a 9% em 2025.

Carlos Lopes, economista do Banco BV, projeta o início dos cortes da Selic no terceiro trimestre, levando o juro a 12% no fim do ano. Para ele, o cenário de inflação atual não permite que o Copom comece - ou mesmo sinalize - reduções nas duas próximas reuniões.

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"Os núcleos (de inflação) seguem altos, com destaque para a inflação de serviços. Apesar da desaceleração do crédito, o mercado de trabalho ainda aquecido e o crescimento da renda têm ajudado a sustentar esses preços", diz. Para Lopes, a perspectiva inflacionária poderia inclusive postergar o início dos cortes, mas a incerteza com o sistema bancário no exterior "equilibrou" esse risco.

Ele pondera que a crise dos bancos ainda está no início e que seria arriscado o BC alterar sua estratégia em cima de algo que não se caracterizou, por enquanto, como um problema para a atividade econômica. O tema, porém, deve ser reconhecido nas próximas comunicações da autarquia, avalia Lopes.

Para o economista, a proposta de nova âncora fiscal tampouco deve trazer conforto para o BC. "Independentemente do desenho, a sinalização do governo é de crescimento real das despesas, ao menos no curto prazo", diz Lopes, que ressalta que o arcabouço precisará ainda ser "digerido" no Congresso, o que torna incerto o que efetivamente será aprovado.

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'Atrasado'

O economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, manteve a expectativa de redução da Selic a partir do quarto trimestre, para 13% no fim de 2023. Apesar do aperto nas condições de crédito com a crise da Americanas e da incerteza em torno do sistema bancário internacional, ele argumenta que não há evidências de "credit crunch" (a diminuição drástica na oferta de crédito) no Brasil. "Vejo um encarecimento natural do crédito para pessoa jurídica e um aumento do spread para alguns patamares altos, mas, sinceramente, acho que é natural e esperado que o crédito responda à subida da Selic, foi até um pouco atrasado", diz.

O economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, espera início dos cortes da Selic só em janeiro de 2024. "A inflação não está cedendo, o PIB está meio 'paradão' e as expectativas estão piorando. Não se veem motivos para uma queda dos juros ao longo deste ano", argumenta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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