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Mercado não vê eficácia em corte de taxas de importação para baratear alimentos

A redução de alíquotas de importação para alimentos, citada pelo governo como meio de baixar os preços desses itens internamente, tem sua eficácia questionada por especialistas e economistas. Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe da G5 Partners, dis

Gabriel Azevedo e Gabriela Jucá (via Agência Estado)

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Escrito por Gabriel Azevedo e Gabriela Jucá (via Agência Estado)
Publicado em 27.01.2025, 08:08:00 Editado em 27.01.2025, 08:16:15
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A redução de alíquotas de importação para alimentos, citada pelo governo como meio de baixar os preços desses itens internamente, tem sua eficácia questionada por especialistas e economistas. Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe da G5 Partners, disse considerar pequeno o efeito de uma redução de alíquota sobre os alimentos sobre a política fiscal e ressaltou que a sinalização, com a medida, é ruim por parte do governo.

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"O peso das importações na arrecadação do governo é em torno de 3%. Não é isso que vai causar um cataclisma fiscal", afirmou Leal. "Apesar do impacto pequeno, é ruim. Grandes buracos começam com pequenas fissuras. Não é algo que o mercado gosta de ouvir quando o problema do País é fiscal."

Leal disse também que a medida é inócua e contraproducente para conter a inflação. Ele observou que a alta das carnes tem causado apreensão no Palácio do Planalto, mas lembrou que a carne enfrenta um problema de oferta mundial.

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No caso da ideia de reduzir as tarifas de importação do milho, em avaliação no Ministério da Agricultura, o analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Francisco Queiroz, disse que o milho importado, seja da Argentina, seja dos Estados Unidos, dificilmente chegaria a preços competitivos ao mercado brasileiro. "Mesmo com a redução das retenções que o governo argentino anunciou ontem (sexta-feira), o milho argentino não chegaria mais barato aqui no Brasil", disse ele ao Estadão/Broadcast.

No caso dos Estados Unidos, Queiroz destacou que o milho americano valorizado também não seria uma opção viável. "Mesmo a redução da tarifa de 8% com esse milho americano valorizado também não chegaria competitivo, ou seja, não chegaria mais barato aqui no Brasil."

Queiroz também apontou dúvidas sobre a viabilidade logística de realizar exportações e importações simultaneamente, especialmente em um ano de safra recorde. "Como funcionaria essa logística de exportação e importação de grãos ao mesmo tempo? Confesso que isso é uma dúvida e eventualmente pode ser um gargalo."

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O analista alertou ainda para o possível impacto da medida sobre o plantio da segunda safra de milho, que representa a maior parte da produção nacional. "Se eventualmente isso acontecer e mexer com o preço, a gente pode ver um produtor mais desestimulado a plantar a segunda safra."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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