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Mercado de juros absorve inflação dos EUA e taxas se acomodam perto da estabilidade

Após operarem em baixa pela manhã, sob efeito do alívio da inflação nos Estados Unidos em linha com o esperado e declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os juros futuros se acomodaram perto dos ajustes anteriores ao longo da tarde

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 10.08.2023, 21:14:00 Editado em 10.08.2023, 18:25:25
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Após operarem em baixa pela manhã, sob efeito do alívio da inflação nos Estados Unidos em linha com o esperado e declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os juros futuros se acomodaram perto dos ajustes anteriores ao longo da tarde. A postura mais defensiva coincidiu com a virada para cima nos rendimentos dos Treasuries e o mercado monitorando ainda o risco fiscal, nesta quinta-feira com o debate em torno da contabilização dos precatórios, além da expectativa pelo IPCA de julho, na sexta-feira.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,430%, de 12,452% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,38% (10,43% na quarta-feira). A taxa do DI para janeiro de 2027 ficou em 10,00%, de 10,02%, e a do DI para janeiro de 2029, estável em 10,52%.

Destaque da agenda no dia, o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,2% em julho, assim como também o núcleo, ambos em linha com as medianas das estimativas. "Um segundo conjunto benigno de impressões sobre a inflação adiciona otimismo de que o ciclo de alta de juros pelo Fed está no fim e um pouso suave da economia é viável", afirmaram os economistas do banco holandês ING.

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O dado consolidou a aposta de que a autoridade monetária não elevará o juro em setembro, com efeito de baixa no dólar e nos yields dos Treasuries. Estes últimos, porém, passaram a operar em alta à tarde, pressionado por um mix de fatores, entre eles leilão de T-Bonds de 30 anos com demanda acima da média e receios sobre a pressão do mercado de trabalho na inflação. Uma fala hawkish da presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, também pesou. No fim da tarde, a taxa da T-Note e dez anos abria cerca de 10 pontos-base, a 4,10%.

Com o efeito CPI saindo de cena na jornada vespertina, o mercado também voltava a olhar com mais atenção a questão fiscal, segundo o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz. "O mercado é muito sensível a esse debate. As soluções para enfrentar o problema sempre trouxeram estresse", comentou. Segundo a Folha de S.Paulo, o governo estuda incluir em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) incluir a possibilidade de classificar parte dos precatórios como uma despesa financeira. Isso deixaria o gasto fora do alcance do arcabouço e da meta de resultado primário, embora continue afetando o quadro fiscal ao impulsionar o endividamento do País. O Broadcast confirmou as negociações com fontes.

Alguns players relatam ainda efeito de queda nas taxas, no fim da manhã, em reação a falas de Campos Neto, que esteve nesta quinta em arguição no Senado. "Não houve nada de muito novo em relação ao que o BC tem indicado, mas algumas declarações acabaram servindo como 'checks' para o mercado", afirma o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier.

Campos Neto avaliou que, apesar da inflação de serviços não estar caindo, o IPCA deve mostrar uma pequena melhora. O IBGE divulga na sexta-feira o índice de julho e a mediana é de alta de 0,06% na pesquisa do Projeções Broadcast. Ele repetiu que a autoridade monetária pode chegar à "menor taxa de juros possível" e a intenção é "fazer é uma queda de juros estruturada". "Mas é preciso fazer isso com credibilidade. Às vezes os critérios técnicos se distanciam dos anseios (políticos)", afirmou.

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