O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, avaliou nesta quinta-feira que a alíquota do imposto de importação para carros elétricos poderia ser "mais severa" e defendeu mais investimentos da China no Brasil. Mercadante também declarou que o Brasil, por não ter uma capacidade fiscal equivalente aos EUA, deve usar o crédito com "muita inteligência" em áreas estratégicas.
"Agora nós estamos estabelecendo alíquotas e, se dependesse de mim, as alíquotas seriam mais severas. Cotas foram dadas. Você não pode romper uma relação bilateral, ainda mais com um país amigo como é a China" afirmou o presidente do banco público, em evento de celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China.
A defesa do governo é incentivar a produção de veículos eletrificados no Brasil, atraindo investimentos para o setor. Em julho, o imposto passou de 10% para 18%. A perspectiva é atingir 35% em julho de 2026. As importações de carros elétricos neste ano "cresceram 440%", declarou Mercadante.
"Não nos interessa importar carro elétrico. Isso é um momento passageiro. Nós queremos investimento no Brasil. Queremos que a BYD produza aqui, ônibus elétrico e o carro híbrido" disse ele.
A BYD e o governo da Bahia formalizaram em março o processo de compra e venda do terreno onde funcionará a fábrica da montadora chinesa em Camaçari, próximo a Salvador.
Mercadante falou da necessidade de "botar de pé" a fábrica o quanto antes, para entregar "um carro sinobrasileiro". "EUA fazendo um Plano Marshall para se reindustrializar, Europa segue (com investimento no setor). E nós não temos a mesma capacidade fiscal, então temos que ter muita inteligência para usar o crédito em áreas estratégicas, como é inovação do BNDES, a TR, e o Fundo Clima" afirmou.
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