O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Minneapolis, Neel Kashkari, evitou descartar a possibilidade de a autoridade monetária voltar a subir juros. "Não é o cenário mais provável, mas não posso descartá-lo", afirmou, em painel durante fórum do Milken Institute.
O dirigente, que não vota nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), disse esperar que o banco central americano mantenha a taxa básica inalterada por mais tempo.
Para ele, a instituição deve ser "paciente" para avaliar a totalidade dos indicadores econômicos.
Kashkari lembrou que, em março, projetava dois cortes de juros para 2024.
O dirigente explicou que ainda não sabe se manterá essa previsão e que pode reduzi-la para apenas um ou nenhum, a depender da evolução dos dados.
Payroll
Kashkari reconheceu que o relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll) em abril veio "mais fraco que o esperado", mas ressaltou que o mercado de trabalho norte-americano ainda exibe resiliência.
O dirigente disse ainda que, após dois meses de indicadores "ruins" de inflação, o Fed não pode se deixar enganar por um único mês que mostre os preços caminhando "na direção correta". "Temos que ver múltiplas leituras boas de inflação", destacou.
Kashkari reforçou compromisso com a meta de 2% de inflação. Para ele, os índices de preços na casa dos 3% representam um foco de preocupação.
O dirigente assegurou que o Fed não será influenciado pelas eleições ou pela política, com contínuo foco na evolução dos indicadores econômicos. Na visão dele, a política monetária tem tido efeito na economia, embora não tão forte quanto esperado.
Ele reforçou ainda que a barra para subir juros agora está bem elevada, "mas não infinita".
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