Presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) da Filadélfia, Patrick Harker disse acreditar que a manutenção dos juros no nível atual nos Estados Unidos é a posição prudente a se tomar a partir de agora - embora não descarte completamente novas altas caso haja uma reaceleração inesperada da inflação. Com direito a voto nas reuniões deste ano, ele também afirmou que assina embaixo na mensagem de "juros mais altos mais tempo" - expressão que o Fed e vários dirigentes têm adotado em suas comunicações nos últimos meses.
Harker apontou que levará algum tempo até que o impacto do ciclo de aperto seja totalmente absorvido pela economia.
"Na ausência de uma mudança drástica no que vejo nos dados e ouço dos contatos, acredito que estamos no ponto em que podemos manter as taxas onde elas estão", discursou ele em evento da Mortgage Bankers Association no período da manhã desta segunda-feira. "Meu argumento é de que, ao fazer nada, estaremos fazendo alguma coisa."
Harker disse que, enquanto taxas ficarem restritivas, o Fed estará pressionando a inflação de forma constante e equilibrando melhor os mercados. No entanto, ele fez a ressalva de que não pode dizer por quanto tempo acha que a política monetária deve continuar restritiva, já que isso dependerá de informações por vir.
O dirigente falou que o Fed continuará guiado por dados, mas está paciente e cauteloso.
Harker vê uma desinflação constante em curso, e comentou que até o núcleo da inflação medido pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA tem dado sinais claros de progresso. Entretanto, ponderou que pode haver desafios na avaliação das tendências da desinflação, citando, por exemplo, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de setembro "modestamente positivo".
"Embora eu não espere realmente, se a inflação reacelerar, sei que não hesitaria em apoiar novos aumentos das taxas, uma vez que o nosso objetivo de devolver a inflação à meta simplesmente não é negociável", declarou o membro do Fed. "Não vou tolerar uma reaceleração dos preços. Mas também não quero reagir exageradamente à variação normal dos preços mês a mês", amenizou.
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