Após o relatório payroll apontar avanço do desemprego nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, alertou contra uma "reação exagerada" ao dado de apenas um mês. Em entrevista à Bloomberg TV, o dirigente argumentou que o mercado de trabalho e a inflação estão normalizando em direção a condições semelhantes às observadas antes da pandemia de covid-19.
Goolsbee admitiu que algumas métricas indicam um sinal de alerta para a economia dos EUA, entre elas o aumento da inadimplência do cartão de crédito.
No entanto, o Produto Interno Bruto (PIB) ainda está crescendo perto da tendência histórica, apesar de sinais de desaceleração, segundo ele.
Futuro dos juros
O presidente do Federal Reserve de Chicago evitou responder se a próxima decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deve ser por um corte de 50 pontos-base nos juros. À Bloomberg TV, ele voltou a defender que o ritmo de relaxamento monetário dependerá da evolução dos indicadores econômicos.
O dirigente lembrou que os integrantes do Fomc esperam "múltiplos" cortes na taxa básica ao longo do ano que vem.
Para ele, com os juros atualmente restritivos, a instituição precisa prestar mais atenção no lado do emprego do mandato duplo. Uma taxa de desemprego acima de 4,1% é uma condição que merece uma reação do Fed, na visão dele.
Desde a divulgação do payroll mais cedo, o mercado passou a precificar uma redução de meio ponto porcentual nos juros já em setembro.
O Citi, por exemplo, agora prevê um corte dessa magnitude na próxima reunião. No entanto, em entrevista The New York Times, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, indicou não estar pronto para apoiar um corte desse tamanho.
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