O dólar opera em baixa no mercado à vista desde a abertura dos negócios desta terça-feira, 6, sob efeito de uma realização de lucros recentes. Pouco antes do fechamento deste texto, a divisa renovou a mínima do dia a R$ 5,6474 (-1,64%) no mercado à vista, na esteira dos dados da balança comercial dos Estados Unidos.
O déficit comercial nos EUA recuou 2,5% em junho, a US$ 73,11 bilhões, enquanto os analistas consultados pela FactSet previam saldo negativo ligeiramente menor em junho, de US$ 73 bilhões. Os investidores ajustam posições diante da perda de fôlego dos juros dos Treasuries, disse um operador.
Desde cedo, prevalece uma oferta maior, após o dólar à vista acumular ganhos de 1,52% nos três primeiros pregões de agosto por temores de recessão nos EUA e chance de cortes agressivos de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), além de valorização no ano de 18,30%.
Com a trégua em Nova York hoje e a recuperação externa da moda americana em relação ao iene japonês nesta manhã, após alta de cerca de 10% da Bolsa de Tóquio, o real e pares latino-americanos, como peso chileno e peso colombiano, mostram uma recuperação parcial.
Ainda assim, a divisa brasileira segue computando a maior depreciação ante o dólar em relação a suas pares. Contudo, o dólar continue subindo em relação ao peso mexicano.
Os investidores no Brasil avaliam a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O colegiado adotou um tom rigoroso visando o combate à desancoragem das expectativas de inflação, o que do ponto de vista do câmbio é positivo para a atratividade do real em cenário de expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos nas próximas reuniões.
De acordo com os diretores do BC, os riscos para uma eventual alta da Selic são a desancoragem de expectativas, resiliência da inflação de serviços e o câmbio mais depreciado. "As expectativas e o câmbio, se persistentes, serão devidamente incorporadas pelo Copom", afirma um trecho da ata. O documento destacou ainda que há surpresas com os dados de mercado de trabalho e atividade econômica, sobretudo o consumo das famílias, que estão divergindo do cenário de desaceleração previsto.
A agenda econômica segue fraca, mantendo as atenções dos investidores na volatilidade dos ativos em Nova York.
Em relação a divisas principais, a moeda americana avança hoje, após as quedas recentes. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, confirmou expectativa por corte de juros nas próximas reuniões, mas evitou se comprometer com uma data específica para a abertura do ciclo de relaxamento monetário e com um ritmo para o alívio. Apesar da reação do mercado ao payroll fraco da última sexta-feira, Daly viu sinais de que o processo de arrefecimento do mercado de trabalho poderá acontecer sem uma contração brusca.
Na Europa, o euro se enfraquece ante o dólar em meio a dados mistos divulgados na região. Mais cedo, as encomendas à indústria alemã surpreenderam com avanço de 3,9% em junho, bem maior do que o esperado, no primeiro resultado positivo deste ano. Porém, o euro ampliou perdas após frustração com as vendas no varejo da zona do euro. No radar estão os dados da balança comercial do Brasil (15h).
Às 10h15, o dólar à vista perdia 1,54%, a R$ 5,6529. O dólar para setembro recuava 1,17%, a R$ 5,6690.
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