O Magazine Luiza apresentou lucro líquido de R$ 27,9 milhões no primeiro trimestre de 2024. O resultado reverte prejuízo líquido de R$ 391 milhões registrado um ano atrás. O Ebitda ficou em R$ 684,9 milhões, com alta de 111,3% frente ao mesmo período de 2023. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 9,239 bilhões, alta de 1,9%.
No conceito ajustado, a companhia apresentou R$ 29,8 milhões de lucro - frente ao prejuízo de R$ 309 milhões de um ano antes - e R$ 687,8 milhões de Ebitda, com alta de 53,5%, também na comparação anual.
"O que aconteceu nesse trimestre foi um feito histórico. Os números falam. O crescimento de 54% do Ebitda, aumento de 2,6 pontos de margem (bruta, para 29,9%); além de uma margem Ebitda de 7,4% (que mede a eficiência operacional e geração de caixa) no primeiro trimestre, que é de sazonalidade muito ruim. E ainda tivemos 40% de queda de despesa financeira. Nunca tivemos um trimestre com uma evolução tão significativa na rentabilidade", disse o CEO da companhia, Frederico Trajano, aoBroadcast, ao comentar os resultados.
A companhia viu as vendas em lojas físicas ganharem mais tração do que no digital. Nos estabelecimentos, as vendas atingiram R$ 5 bilhões no trimestre, um aumento de 8% na comparação anual. No critério mesmas lojas (que leva em conta apenas as lojas que já estavam abertas há um ano), o crescimento atingiu 9%.
Assim, nas contas da companhia, o Magalu expandiu a sua participação de mercado em 0,7 ponto porcentual no trimestre. Já no digital, o crescimento foi bem menor. O e-commerce atingiu R$ 11 bilhões em vendas no período, com alta de 1% em relação ao apresentado no mesmo período de 2023.
Trajano avalia que o reaquecimento das lojas físicas indica um movimento de melhora do consumo que deve ganhar força no segundo trimestre. Sobre o digital, ele afirma que, como nos primeiros três meses deste ano a companhia já repassava todo o Diferencial de Alíquotas (Difal) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a comparação anual ficou prejudicada. Com o repasse, o preço final subiu e, portanto, o volume de vendas fica desafiado.
As vendas do marketplace atingiram R$5 bilhões, um crescimento de 6% comparado ao mesmo período do ano anterior. De todos os pedidos dessa divisão, ofulfillment(modalidade em que o estoque do lojista fica armazenado pelo Magalu) respondeu por 19%, um aumento de 5 p.p. em relação ao final de 2023. Esse é um exemplo de alavanca de crescimento que a gestão da companhia enxerga para o futuro. Quando a companhia presta esse serviço, o lojista paga uma porcentagem maior da venda para a varejista e, assim, a empresa dona da plataforma ganha mais uma fonte de receita.
Crescimento
Ainda segundo Trajano, a Magazine Luiza aposta no aumento da receita de serviços, mais do que no crescimento muito acelerado de vendas, para crescer com rentabilidade.
Venda de seguros, a retomada de resultados positivos do braço financeiro (a Luizacred), venda de consórcios, antecipação de recebíveis para lojistas virtuais, crescimento no própriomarketplace(plataforma onde os lojistas virtuais vendem seus produtos e pagam uma porcentagem ao Magalu, que pode crescer conforme se usa mais serviços da empresa, como os de crédito e anúncios, por exemplo), são exemplos de alavancas a serem exploradas com afinco daqui para frente.
Trajano cita ainda os serviços de nuvem que a companhia passou a oferecer mais recentemente.
Aquisições
Dentre as aquisições, a companhia ressalta o desempenho das duas mais caras: Netshoes e Kabum. A Netshoes teve lucro líquido de R$ 13 milhões, com avanço no capital de giro. Houve redução de 13 dias no giro dos estoques comparado ao primeiro trimestre de 2023.
No KaBum, o lucro líquido foi de R$ 31 milhões. Nessa divisão de negócios, a companhia enfrenta questionamentos dos ex-controladores na Justiça. Sobre o impacto disso na operação, Trajano reforça os resultados positivos da área e diz que isso não afeta o clima interno dos times.
Crédito
No braço financeiro, Luizacred (joint-venture com o Itaú) teve lucro líquido de R$ 13 milhões. A carteira de crédito totalizou R$ 20 bilhões de reais, com inadimplência em queda: o indicador de atraso curto representou 3,4% da carteira, enquanto o longo foi de 9,4%. No total, os indicadores de atraso melhoraram em 1,4 ponto porcentual, quando comparado ao primeiro trimestre de 2023.
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