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Lula assume Mercosul com foco em acordos comerciais e combate à mudança climática

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na manhã desta quinta-feira, 3, durante a cúpula do Mercosul em Buenos Aires uma defesa da integração comercial do bloco, da expansão de acordos de livre-comércio e da atuação conjunta dos países-membros contra a

Gabriel Hirabahasi e Giordanna Neves, enviada especial (via Agência Estado)

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Escrito por Gabriel Hirabahasi e Giordanna Neves, enviada especial (via Agência Estado)
Publicado em 03.07.2025, 15:28:00 Editado em 03.07.2025, 15:37:00
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na manhã desta quinta-feira, 3, durante a cúpula do Mercosul em Buenos Aires uma defesa da integração comercial do bloco, da expansão de acordos de livre-comércio e da atuação conjunta dos países-membros contra as mudanças climáticas.

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Ele também colocou como meta que o Mercosul atue em conjunto contra o crime organizado a nível internacional. Segundo ele, só esse esforço pode ser capaz de enfrentar as facções criminosas que atuam em vários países. Após a reunião, o Brasil assume a presidência do bloco até o fim do ano.

Segundo Lula, uma vez no comando do bloco, o País pretende avançar com acordos sobre os setores automotivo e açucareiro no Mercosul. O presidente também defendeu reativar o fórum empresarial no bloco e oferecer apoio a pequenas empresa, além de finalizar as tratativas e assinar o acordo comercial com a União Europeia.

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Já o presidente argentino, Javier Milei, que deixou o comando temporário do bloco, voltou a defender a flexibilização das regras do Mercosul para assinar tratados comerciais com outros países. "Embarcaremos no caminho da liberdade, e o faremos juntos ou sozinhos, porque a Argentina não pode esperar", disse Milei.

Confiança no acordo UE-Mercosul e foco na Ásia

Lula, por sua vez, mostrou confiança na assinatura do acordo UE-Mercosul e disse também que há negociações de acordos comerciais com outros países. "Também avançaremos nas tratativas com Canadá e Emirados Árabes. Na região, é preciso trabalhar com Panamá e a República Dominicana e atualizar os acordos com Colômbia e Equador", afirmou o presidente.

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O petista defendeu ainda que o Mercosul olhe para a Ásia como "centro na economia mundial". "Nossa participação nas cadeias globais de valores se beneficiará de maior aproximação com Japão, China, Coreia, Índia, Vietnã e Indonésia. A circulação de bens e serviços depende de infraestrutura adequada", discursou.

Combate às mudanças climáticas

Lula também colocou o enfrentamento às mudanças climáticas e a promoção da transição energética como um dos pilares de sua presidência temporária do Mercosul.

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"A América do Sul tem tudo para ser o coração desse processo. Já temos matrizes energéticas mais limpas que outras regiões. Contamos com algumas das maiores reservas de minerais críticos do mundo", declarou.

Segundo Lula, as consequências do aquecimento global já são sentidas no Cone Sul. "A região sofre com estiagens e enchentes que causam perdas humanas, destruição de infraestrutura e quebras de safra. A realidade está se movendo mais rápido que o Acordo de Paris, expondo a falácia do negacionismo climático", disse.

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O presidente afirmou que o Brasil reduzirá suas emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035 em todos os setores econômicos.

Lula voltou a falar sobre a COP30 e disse que o Brasil e a América do Sul têm a chance de mostrar ao mundo evoluções no combate ao desmatamento e à preservação do meio ambiente. Afirmou ainda que pretende estimular o programa Mercosul Verde para fortalecer a "agricultura sustentável".

Combate ao crime organizado

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Em seu discurso na Cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, o presidente disse que o enfrentamento ao crime organizado é uma das prioridades para os países sul americanos e que o Brasil "vai mobilizar o Mercosul ampliado para aprimorar e aprofundar essa colaboração" contra as organizações criminosas.

"Grupos criminosos colocam em xeque a autoridade do Estado, disseminando violência, corrupção e destruição ambiental. Não venceremos essas verdadeiras multinacionais do crime sem atuar de forma coordenada. Precisamos investir em inteligência, conter os fluxos de armas e asfixiar os recursos que financiam a indústria do crime", declarou.

Pagamento em moedas locais

Lula também se disse a favor do uso de um "sistema de pagamento em moedas locais revigorado e moderno, que facilite transações digitais" dentro do Mercosul e da conclusão da chamada "rota bioceânica".

A conclusão da Rota Bioceânica, que conecta Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, reduzirá em até duas semanas o tempo de viagem até a Ásia. Fazem parte da Rota dois projetos brasileiros recentemente aprovados pelo Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul), que vão melhorar o saneamento e a conectividade viária das populações fronteiriças de Corumbá e Ponta Porã", disse.

Lula ainda declarou que pretende trazer centros de dados para a América do Sul, o que tratou como uma questão de "soberania digital", e defendeu o investimento em pesquisas e desenvolvimento tecnológico na região.

O presidente disse que o Brasil "quer fazer do Mercosul um polo de tecnologias da saúde, capaz de atender às necessidades de nossa população".

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