O Santander Brasil registrou lucro líquido recorrente de R$ 2,204 bilhões no quarto trimestre de 2023, de acordo com números publicados nesta quarta-feira (31). Em um ano, o resultado do banco teve alta de 30,5%, mas em relação ao terceiro trimestre de 2023, a variação foi negativa em 19,2%.
No comparativo anual, a recuperação judicial da Americanas, iniciada em janeiro do ano passado, explica o salto no resultado do banco. O Santander provisionou cerca de 30% da exposição que tinha à rede no balanço do quarto trimestre de 2022, o que pressionou os resultados daquele período.
Em 2023, o lucro do Santander no País caiu 27,3%, para R$ 9,383 bilhões. Além do caso Americanas, o banco manteve um viés conservador na concessão de crédito, o que reduziu o ímpeto das margens. Ao mesmo tempo, os patamares de provisões contra a inadimplência continuaram altos, para fazer frente aos atrasos de operações concedidas até o final de 2021.
O banco fechou 2023 com R$ 1,153 trilhão em ativos, alta de 10% em um ano. Em um trimestre, a variação foi negativa em 0,8%. O patrimônio líquido, por sua vez, aumentou 4,9% em um ano, para R$ 86,084 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido do Santander avançou 5 pontos porcentuais em um ano, para 12,3%. Em relação ao terceiro trimestre, houve baixa de 0,8 p.p.
O resultado operacional, antes de impostos, foi de R$ 1,886 bilhão, alta de 27,3% em um ano, mas uma queda de 28,3% em um trimestre. Na margem, o banco observou um gasto maior com provisões contra a inadimplência, e também um aumento nas despesas.
A margem financeira bruta do banco, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 14,055 bilhões, alta de 12,3% em um ano. Nas margens com clientes, o resultado foi de R$ 14,318 bilhões, crescimento de 3,8% no comparativo anual, e de 0,5% em três meses. Nesta linha, estão contabilizados os resultados com operações de crédito.
Por outro lado, o Santander voltou a ter margem negativa nas operações com mercado, de R$ 263 milhões. A perda foi 80% menor que a observada um ano antes, diante da queda da taxa Selic e da reprecificação da carteira do banco.
A carteira de crédito do banco somava R$ 643,040 bilhões no final de dezembro, um crescimento de 9% no intervalo de um ano puxada por operações com títulos privados e avais e fianças. Sem estes fatores, a carteira cresceu 5,5%.
As receitas do banco com serviços aumentaram 7,9% em 12 meses, para R$ 5,480 bilhões.
O presidente do Santander Brasil, Mario Leão, afirma no release de resultados que o banco está pronto para continuar crescendo no País. "Estamos construindo um portfólio sólido, duradouro e com capacidade de gerar resultados sustentáveis", diz ele.
Ainda de acordo com o executivo, a inadimplência de curto prazo chegou ao melhor patamar desde o primeiro trimestre de 2022, o que reforça a trajetória positiva no crédito.
O vice-presidente de Finanças, Gustavo Alejo, diz que o banco encerrou 2023 com boas perspectivas para 2024, e com um balanço sólido e diversificado. "Seguimos construindo um balanço de melhor qualidade, expandindo nossos negócios e vinculando nossa base, com o objetivo de sermos o banco mais utilizado pelos clientes nas suas decisões financeiras."
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