A Unipar, maior produtora de cloro e soda e segunda maior de PVC da América do Sul, encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 56 milhões, resultado 78% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior e 65% inferior sequencialmente, ainda diante de um cenário desafiador no ciclo petroquímico. O ponto positivo, contudo, é que o desempenho operacional da empresa começa a mostrar sinais de estabilidade, conforme aponta o balanço da companhia.
Os preços de PVC e soda cáustica sofreram queda livre durante o último trimestre de 2023, mas a partir do intervalo dos três primeiros meses deste ano o comportamento mudou e apresentou sinais de estabilidade.
A leitura geral, contudo, é a de que permanece prematuro interpretar a mudança como um final de ciclo de baixa do setor. Por outro lado, o ponto positivo do maior equilíbrio no cenário foi impedir um agravamento no desempenho da Unipar, disse aoBroadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o presidente da Unipar, Rodrigo Cannaval.
"Seguimos mostrando resiliência em nossas operações e conseguimos alcançar margens superiores às que encontramos no trimestre passado. Um indicador alcançando 20% em meio a este ciclo de baixa é algo fora do comum", afirmou Cannaval, se referindo à margem ajustada de lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia, que foi superior ao desempenho de 19% apurado no quarto trimestre de 2023.
Se forem desconsiderados os ajustes, a margem Ebitda do período foi de 16%, queda de 15 pontos porcentuais na comparação anual, mas 3 pontos porcentuais superior no intervalo sequencial. Neste sentido, o Ebitda da Unipar somou R$ 188 milhões, 62% menor ante o apurado no resultado dos três primeiros meses de 2023, de acordo com a baixa do ciclo petroquímico, mas no intervalo trimestral o resultado mostra uma melhora de 125%.
Seguindo a tendência, a receita líquida da companhia somou R$ 1,165 bilhão para o período, valor 26% menor na comparação anual, mas 81% superior no intervalo trimestral.
Investimentos
O cronograma de investimentos da Unipar segue em curso e dentro do planejamento estabelecido. Até o final do ano, a empresa espera concluir as obras da nova planta em Camaçari, na Bahia, que deve adicionar ao ano 20 mil toneladas de cloro e 22 mil toneladas de soda cáustica, em uma iniciativa orçada em R$ 234 milhões.
Para o final de 2025, a previsão permanece estável para a atualização tecnológica da planta de Cubatão (SP), que vai permitir o fim do uso de mercúrio no processo produtivo além de reduzir as emissões de CO2 em 70 mil toneladas por ano.
"Quando olhamos as ondas de crescimento, podemos avaliar estrategicamente a possibilidade de posicionar outras plantas no Brasil", afirmou Cannaval, citando que a Unipar estuda a possibilidade de instalar novas unidades semelhantes a que está sendo construída na Bahia, por conta do avanço no marco do saneamento.
O avanço nas metas estabelecidas pelo governo vai impulsionar crescimentos distintos por geografia. Portanto, a instalação de novas fábricas também representa uma forma da empresa diminuir os desembolsos com o "fator frete" ao mesmo tempo há maior atendimento da demanda, conforme mencionou Cannaval.
Questionado sobre quando ou onde seriam instaladas as novas unidades, o executivo respondeu que não poderia dar mais explicações, dado que ainda é preciso continuar acompanhando o avanço na oferta de água e sistema de esgoto por geografia antes de avançar nos futuros projetos.
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