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Leilão de transmissão surpreende com deságio médio de 50,97%

O leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira na B3, em São Paulo, surpreendeu o mercado, ao registrar um forte deságio médio, de 50,97%, e consagrar como vitoriosas empresas que não são consideradas tradicionais agentes do setor.Entre os vencedores

Wilian Miron, Ludmylla Rocha e Luciana Collet (via Agência Estado)

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Escrito por Wilian Miron, Ludmylla Rocha e Luciana Collet (via Agência Estado)
Publicado em 30.06.2023, 17:31:00 Editado em 30.06.2023, 17:35:02
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O leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira na B3, em São Paulo, surpreendeu o mercado, ao registrar um forte deságio médio, de 50,97%, e consagrar como vitoriosas empresas que não são consideradas tradicionais agentes do setor.

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Entre os vencedores estão o consórcio Gênesis, formado pelas empresas The Best Car Transporte de Cargas e Entec Empreendimentos Eireli, desconhecidos no setor, e a Rialma Administração e Participações, a Celeo e a Cymi Construções e Participações, que já disputaram outros certames, mas surpreenderam ao desbancar empresas como State Grid, Taesa, EDP e Cemig. Dentre as empresas mais tradicionais no setor de transmissão, Isa Cteep, Engie e Eletrobras conquistaram lotes.

Antes do certame, havia grande expectativa de que o cenário macroeconômico de juros elevados e restrição a crédito levasse a um nível de deságios menores, além do domínio de grandes grupos de energia nas disputas.

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O consórcio Gênesis, formado pelas empresas The Best Car Transporte de Cargas (92,52% da participação) e Entec Empreendimentos Eireli (7,48%), arrematou os lotes 1 e 8. Na disputa pelo lote 1, venceu a disputa com outros 10 proponentes, com uma oferta de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 174,05 milhões, o equivalente a um deságio de 66,18% em relação à RAP máxima estipulada pela Aneel. No caso do lote 8, superou propostas de outros seis grupos, com lance de R$ 19,54 milhões, deságio de 55,35% em relação à RAP máxima.

O lote 1 corresponde ao segundo maior do leilão, com 1.116 quilômetros de linhas de transmissão entre a Bahia e Minas Gerais, que exigirão R$ 3,156 bilhões em investimentos. Já o lote 8 corresponde a uma linha da região metropolitana de Recife, com investimentos estimados em R$ 259,46 milhões.

A Rialma Administração e Participações arrematou o lote 2, o maior do leilão, ao oferecer uma RAP de R$ 347,8 milhões, com desconto de 51% em relação à RAP máxima, superando outros sete proponentes, incluindo grandes empresas como State Grid, Taesa, Cteep, Engie e Eletrobras. O lote é composto por 1.614 quilômetros (km) de linhas que ajudarão no escoamento da energia renovável gerada na região, com destaque para usinas eólicas e solares, e devem exigir R$ 4,35 bilhões em investimentos.

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Já a Cymi Construções e Participações arrematou o lote 3 ao ofertar RAP de R$ 70,89 milhões, com deságio de 52,13% ante o valor máximo estipulado pela Aneel. Dez empresas e consórcios se apresentaram para disputar o projeto, que foi disputado no viva-voz com Furnas, subsidiária da Eletrobras. As geradoras Auren e Engie, e a Cemig também participaram.

A Celeo Redes Brasil conquistou o lote 6, com um lance de R$ 99,87 milhões, deságio de 48,23% em relação à RAP máxima fixada pela Aneel, desbancando a EDP em disputa viva-voz. O lote 6 é composto por linhas de transmissão que somam 714 quilômetros entre os Estados do Sergipe e da Bahia, com investimentos que somam R$ 2,3 bilhões. Ao todo, 13 empresas e consórcios se cadastraram como proponentes para o lote, mas só nove formalizaram propostas.

Entre as empresas tradicionais que conquistaram lotes, a Engie conquistou o maior lote 5 - terceiro maior do leilão, com 1.006 quilômetros de linhas, entre a Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, com investimentos estimados em R$ 3,667 bilhões. A empresa ofereceu RAP de R$ 249,3 milhões, deságio de 42,8% em relação à máxima estipulada pela Aneel.

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Já ISA Cteep levou os lotes 7 e 9. Pelo lote 7, correspondente a 1.044 quilômetros de linhas entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, somando R$ 2,342 bilhões em investimentos, a empresa ofertou RAP de R$ 218,8 milhões, deságio de 41,81% frente a RAP máxima. Já no caso do lote 9, ofereceu RAP de R$ 7,461 milhões, um deságio de 50,36% em relação à máxima estipulada pela Aneel, para assumir projeto corresponde à subestação 500/138 kV Água Vermelha, voltada a propiciar reforços no sistema da região noroeste do estado de São Paulo para escoamento de excedentes de geração fotovoltaica e biomassa. Os investimentos são estimados em R$ 94 milhões.

A Eletrobras também chamou a atenção, voltando a vencer disputas. A empresa, por meio da subsidiária Furnas, fez o melhor lance pelo lote 4 do leilão, com oferta de R$ 68,7 milhões, correspondente a desconto de 45,75%, superando outros 11 interessados. O lote concentra obras em Minas Gerais, somando 303 quilômetros de linhas de transmissão que ajudarão a escoar a energia gerada no Estado, sobretudo de fonte fotovoltaica. O investimento é estimado em R$ 786,6 milhões e o para conclusão do ativo é de 60 meses.

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