A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta terça-feira, 21, que a autoridade monetária pode voltar a agir caso identifique riscos da inflação não retornar à meta de 2% ao ano no médio prazo. Porém, ela reforçou que, mantidos nos níveis atuais, os juros parecem ser suficientes para trazer a inflação à meta. Em discurso em evento do Ministério das Finanças alemão, Lagarde pontuou que espera a retomada de uma "pequena alta" da inflação nos próximos meses, e por isso é cedo para declarar vitória e dizer que a alta de preços está no caminho desejado. "Precisamos continuar atentos até termos provas sólidas de que temos as condições para fazer a inflação voltar de forma sustentável ao nosso objetivo", disse. A presidente do BC da zona do euro destacou também que nunca houve um aumento tão acelerado e veloz das taxas de juros, e por isso é preciso muita cautela por parte dos dirigentes, visto que a política monetária ainda não foi completamente transmitida à economia e às famílias, e seu impacto ainda levará um tempo. Ela pontua, porém, que os sinais de controle da inflação permitem que o Comitê seja mais cauteloso nas próximas decisões, sem precisar agir com a mesma intensidade de antes. Segundo ela, foi isso que permitiu ao BCE pausar a alta de juros na última reunião, para que possa observar o comportamento da economia do bloco.
Lagarde observou que o setor imobiliário está vulnerável a riscos, mas que o sistema financeiro permanece resiliente e robusto. Questionada sobre os efeitos da escalada de juros na economia, Lagarde reiterou que - mesmo com deterioração na demanda e na atividade econômica - o banco central precisa manter o foco no combate à inflação. "Não temos opção a não ser cumprir nosso mandato de manter a estabilidade de preços e retornar a inflação à 2%", afirmou a presidente.
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