O sócio, diretor de investimentos (CIO) e gestor da estratégia macro da Ibiuna Investimentos, Rodrigo Azevedo, avalia que o fator externo mais importante para os mercados atualmente é a trajetória dos juros dos Estados Unidos. Segundo o executivo, o início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode direcionar o fluxo de capital para outros países, mas no Brasil ainda paira o alerta de incerteza fiscal.
"Lá fora, o mais importante de tudo nesse momento é o ciclo de juros nos Estados Unidos. A cara da economia americana ainda é muito forte, mesmo após a alta de juros ela desacelerou pouco", disse Azevedo, durante participação no evento Z Summit, em São Paulo. Ele destaca que o investidor atualmente ganha 5,5% para ficar comprado em dólar no longo prazo, então "pensa muito para tirar o dinheiro dos Estados Unidos para fazer qualquer coisa em qualquer lugar".
Por outro lado, Azevedo diz que há a discussão de quando os juros vão começar a cair e para onde vai o fluxo de capital quando isso acontecer. O Brasil pode ser um candidato a receber o dinheiro, mas o gestor faz a observação de que as incertezas sobre o caminho da dívida pública brasileira atrapalham. "Todos os sinais que temos visto do governo brasileiro indicam que a dívida vai continuar crescendo e vai se perder de vista. E, se o juro para as empresas é mais alto, elas vão crescer menos e investir menos", afirma.
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