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Juros têm leve alta com mercado de olho no exterior e aguardando medidas fiscais

O mercado de juros começou a semana de lado, com oscilações restritas ao longo de toda a curva durante a sessão regular, tendo no fechamento prevalecido alta moderada. Pesou mais o ambiente internacional, com os poucos fatores domésticos do dia deixados e

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 27.06.2022, 18:02:00 Editado em 27.06.2022, 18:07:56
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O mercado de juros começou a semana de lado, com oscilações restritas ao longo de toda a curva durante a sessão regular, tendo no fechamento prevalecido alta moderada. Pesou mais o ambiente internacional, com os poucos fatores domésticos do dia deixados em segundo plano. Dados de atividade nos Estados Unidos acima do consenso amenizaram um pouco a percepção de risco de recessão e pressionaram para cima a curva dos Treasuries, enquanto a proposta do G7 para o petróleo russo deu impulso à commodity. Por outro lado, a queda do dólar fez o contraponto.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou a sessão regular em 13,665%, de 13,644% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024 subiu de 13,25% para 13,31%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,555%, de 12,519%, e o DI para janeiro de 2027, com taxa de 12,51%, de 12,459%.

No geral, a sessão foi descrita como fraca pelos players, com agenda local esvaziada e expectativa pelas definições da área fiscal. As encomendas de bens duráveis nos EUA subiram 0,7% em maio, bem acima da mediana das expectativas de 0,2%, enquanto as vendas pendentes de imóveis cresceram também 0,7% em maio, ante consenso de queda de 4,0%, reforçando o discurso do Federal Reserve de que a economia está preparada para aguentar o processo de aperto monetário.

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Internamente, os Estados começam a se mobilizar para reduzir o ICMS de combustíveis, mas os anúncios dos governos de São Paulo e Goiás nesta segunda-feira não foram capazes de gerar reações na curva, até porque o mercado sabe que o alívio na inflação será devolvido em 2023. Além disso, a medida vai piorar a situação fiscal dos governos regionais.

O governo de São Paulo disse que vai reduzir imediatamente a alíquota de ICMS da gasolina de 25% para 18%, o que representa renúncia de R$ 4,4 bilhões. Goiás informou adesão à tributação de 17% de alíquota de ICMS para etanol, gasolina, querosene aviação, energia elétrica e serviços de comunicação, com impacto fiscal de R$ 3 bilhões. No caso do óleo diesel, a redução do ICMS foi de 16% para 14%.

Enquanto isso, o relatório da PEC dos Combustíveis, que seria apresentado nesta segunda-feira, ficou para a terça. Depois do aumento de R$ 200 do Auxílio Brasil, do vale-gás e inclusão do Bolsa-Caminhoneiro de R$ 1 mil, o relator, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), negocia incluir subsídio para garantir gratuidade a passageiros idosos nos transportes públicos urbanos e metropolitanos. Essa medida, que valeria até o fim do ano, deve ter um custo de aproximadamente R$ 2,5 bilhões fora do teto de gastos. Na sexta-feira, Bezerra tinha informado que o pacote de benefícios sociais da PEC deve ter impacto fiscal de R$ 34,8 bilhões fora do teto.

Na manhã desta segunda-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou o componente fiscal como um dos fatores de aceleração da inflação. "Temos algumas medidas desenhadas pelo governo que precisamos entender qual é o impacto no processo inflacionário, ainda não está claro", disse, em participação do Fórum Jurídico de Lisboa.

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