Os juros futuros passaram a sexta-feira, 16, em trajetória de alta, mas a pressão perdeu força no meio da tarde e as taxas acabaram fechando entre a estabilidade e viés de baixa. O exterior foi apontado como principal condutor hoje dos negócios. Os juros dos Treasuries avançaram, assim como o dólar, com o aumento da percepção de novas altas de juros nos Estados Unidos, o que acabou reverberando por aqui. Porém, ajustes técnicos acabaram dissipando o movimento de avanço das taxas, dado ainda o ambiente de otimismo com os fundamentos econômicos no Brasil. A agenda local, com o IBC-Br acima do consenso e o IGP-10, abaixo, não chegou a alterar a convicção do mercado sobre o ciclo de cortes da Selic.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou a 13,025%, de 12,999% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 ficou em 11,140%, de 11,09%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,525%, de 10,56%, e o DI para janeiro de 2029, com taxa de 10,860% (de 10,90%). No balanço da semana, a curva teve ligeira inclinação, com a ponta curta estável ante os níveis da última sexta-feira e a longa com alta de menos de 10 pontos-base.
As taxas tinham avanço mais firme pela manhã, acompanhando a reação dos ativos externos a discursos de membros do Fed que fortaleceram as apostas de aperto de juro no encontro de política monetária de julho.
Na esteira do IPCA de maio abaixo da mediana, vieram declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abrindo a guarda para um eventual corte "à frente" em evento com varejistas no começo da semana, mas a empolgação do mercado foi refreada pela entrevista do diretor do Renato Dias Gomes, ao Broadcast/Estadão, na qual disse que o BC não deve ter pressa para reduzir. Daí veio a S&P e melhorou a perspectiva da nota de crédito do Brasil (BB-), devolvendo animação aos ativos.
Dois indicadores na agenda da sexta-feira embasam a percepção positiva sobre a economia brasileira e a ideia de que o espaço para o Copom começar ao menos a sinalizar na reunião da semana que vem que uma queda da Selic na próxima está no radar.
O IGP-10 de junho caiu 2,20%, de -1,53% em maio, abaixo da mediana que apontava deflação de 2,12%. Já o IBC-Br de abril subiu 0,56% na margem, atingindo 148,33 pontos, no melhor desempenho desde dezembro de 2013. O número deve puxar revisões para cima de PIB no segundo trimestre, mas nada que interfira na avaliação de que as condições para o alívio monetário estão sendo cumpridas.
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