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Juros: taxas têm queda firme após governo sinalizar R$ 25,9 bi em corte de despesas

Os juros futuros fecharam a quinta-feira em queda firme, apoiada na melhora na percepção de risco fiscal e no recuo do dólar abaixo dos R$ 5,50. O anúncio de que o governo identificou quase R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias que podem ser cortadas do

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 04.07.2024, 18:07:00 Editado em 04.07.2024, 18:11:34
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Os juros futuros fecharam a quinta-feira em queda firme, apoiada na melhora na percepção de risco fiscal e no recuo do dólar abaixo dos R$ 5,50. O anúncio de que o governo identificou quase R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias que podem ser cortadas do Orçamento de 2025 derrubou principalmente as taxas do miolo da curva, com impacto nas apostas de alta da Selic em julho e nos próximos meses.

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No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,610%, na mínima, de 10,695% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2026 caía de 11,53% para 11,27% e a do DI para janeiro de 2027, de 11,84% para 11,59%. O DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 11,99%, de 12,20%. O dólar à vista caiu 1,47%, aos R$ 5,4864.

Sem a referência de Nova York, a liquidez foi mais baixa nesta sessão em que o foco esteve totalmente voltado à área fiscal. Ontem, ao longo do dia, o mercado já tentava antecipar o que viria de anúncio do governo, que saiu após o fechamento dos negócios.

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Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as despesas obrigatórias que poderão ser cortadas, no valor de R$ 25,9 bilhões, são fruto do pente-fino em programas sociais e outras despesas que vem sendo feito nos últimos meses, e a proposta tem o endosso do presidente Lula.

O estrategista de renda fixa da BGC Liquidez Daniel Leal divide a correção das taxas em duas etapas. A primeira começou ontem no fim da tarde com o presidente Lula afirmando que se tiver algum "desarranjo tem de consertar", e o segundo gatilho veio à noite, com o anúncio. "O mercado clamava por alguma sinalização mais firme de corte de gastos. Entre ontem e hoje, a curva já fechou em torno de 40 pontos com a percepção de que não haverá descaso com as contas públicas", disse.

O efeito foi mais forte nos vértices intermediários, que agregam as expectativas para o fiscal e para a política monetária. Porém, ainda há prêmio de risco para um aperto monetário no próximo Copom - cerca de 24% de probabilidade de aumento de 25 pontos-base, de 35% ontem no fim do dia. Na manhã de terça-feira, quando Lula criticou pela última vez o Banco Central, a chance chegou a superar 80% pela manhã. Para o fim do ano, a curva embute em torno de 75 pontos-base de alta da Selic.

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"O mercado ainda preserva algum prêmio na expectativa pelo detalhamento dos cortes e também em função do payroll, amanhã", diz Leal, lembrando que a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas do dia 22 é o próximo evento decisivo no que concerne ao fiscal. Essa precificação de alta também é mantida em alguma medida porque se o BC tiver de mover a Selic para algum lado, a chance de ser para cima ainda é bem maior do que para baixo. "O cenário básico ainda é de manutenção. A curva sinaliza mais o que poderia ser um eventual próximo passo", disse.

No curtíssimo prazo, o relatório de emprego dos EUA referente a junho, amanhã, poderá estimular uma nova "pernada" na correção das taxas, caso os números endossem as chances de queda de juros até setembro e um orçamento total de 50 pontos este ano. Pela pesquisa do Projeções Broadcast, a geração de vagas é estimada em 200 mil, abaixo dos 272 mil postos criados em maio.

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