MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Juros: Taxas longas caem com anúncio da S&P, mas ata do Copom mantém curtas estáveis

Os juros futuros fecharam a sessão com queda nos vencimentos longos e estáveis no trecho curto. A decisão da S&P de elevar o rating do Brasil anunciada esta tarde tirou o mercado do marasmo que prevaleceu ao longo da terça-feira, mesmo num dia de divulgaç

Denise Abarca (via Agência Estado)

·
Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 19.12.2023, 18:42:00 Editado em 19.12.2023, 18:47:06
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Os juros futuros fecharam a sessão com queda nos vencimentos longos e estáveis no trecho curto. A decisão da S&P de elevar o rating do Brasil anunciada esta tarde tirou o mercado do marasmo que prevaleceu ao longo da terça-feira, mesmo num dia de divulgação da ata do Copom, considerada neutra em relação ao comunicado da semana passada.

continua após publicidade

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou em 10,060%, de 10,057% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 fechou a 9,62%, de 9,65% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa em 9,72% (9,76% ontem no ajuste) e a do DI para janeiro de 2029 passou de 10,20% para 10,14%.

O rating de escala de longo prazo do Brasil passou de BB- para BB, com manutenção da perspectiva estável. A melhora foi motivada pela aprovação da reforma tributária, que marca um progresso na questão fiscal nacional, segundo agência.

continua após publicidade

A reação imediata a anúncio à tarde foi discreta, mas encorpou até o fechamento. A percepção é que, com a alteração, a nota do Brasil pela S&P se equiparou às das demais agências e que os ativos já preficificavam algo do tipo. Ainda, há leitura de que a retomada do investment grade ainda tem um longo caminho a percorrer.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma por exemplo que contratos de Credit Swap Default (CDS) do País já estavam "numa situação de quase investment grade", rodando nesta tarde com 136,2 pontos, ante 254 no começo do ano, no contrato de 5 anos.

Já Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, destaca que a elevação era esperada, "mas é sempre uma notícia positiva e que reflete uma nota mais condizente com o quadro brasileiro". "A S&P ainda deixou em aberto a possibilidade de nova melhora na nota caso as reformas ampliem o crescimento de longo prazo do país", afirma.

continua após publicidade

A S&P admitiu que pode elevar o rating outra vez nos próximos dois anos caso as reformas fiscais sustentem o crescimento de longo prazo. Afirma que um progresso mais rápido do que o esperado na solução de "desequilíbrios fiscais", somado a uma estabilização do nível da dívida, também pode acarretar em um aumento do rating.

Até a S&P, as taxas longas oscilavam perto dos ajustes. Chegaram a ensaiar queda pela manhã, acompanhando com certa distância a baixa dos yields dos Treasuries, mas quando os rendimentos dos títulos dos EUA desaceleraram o ritmo, as taxas por aqui voltaram a ficar de lado.

No trecho curto, a ata trouxe rigidez para as taxas. Os dirigentes reafirmaram o forward guidance de queda de 0,50 ponto porcentual da Selic nas "próximas reuniões", decepcionando quem contava com algum indicativo de aumento na dose para 0,75 ponto. O documento chamou a atenção para a desancoragem das expectativas de inflação, considerada um fator de preocupação, e apontou que embora tenha havido um progresso desinflacionário "relevante", ainda há um longo caminho para a ancoragem e o retorno da inflação à meta.

O economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, disse que a ata não trouxe novidades quanto ao conservadorismo na redução da Selic em 50 pontos nas próximas reuniões e reforçou o cuidado não só com a trajetória da Selic ao longo de 2024, mas também com a taxa terminal no fim do ano que vem. "Isso significa, de acordo com as nossas simulações para um cenário mais conservador de juros, que a postura mais cautelosa do Copom levaria a Selic para 10%, razoavelmente acima da taxa terminal de 9,0% contida em nosso cenário básico.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Juros: Taxas longas caem com anúncio da S&P, mas ata do Copom mantém curtas estáveis"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!