MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Juros: Taxas ficam voláteis com exterior no radar, apesar da melhora do câmbio

Após buscar uma recuperação pela manhã, os juros futuros mostraram volatilidade durante à tarde, com as taxas chegando a desacelerar a queda e testar alta leve no caso dos vencimentos mais longos. No fechamento dos negócios, estavam em direções distintas,

Denise Abarca (via Agência Estado)

·
Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 23.02.2023, 18:50:00 Editado em 23.02.2023, 18:55:24
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Após buscar uma recuperação pela manhã, os juros futuros mostraram volatilidade durante à tarde, com as taxas chegando a desacelerar a queda e testar alta leve no caso dos vencimentos mais longos. No fechamento dos negócios, estavam em direções distintas, perto dos ajustes anteriores. O ambiente externo, dados os riscos para a economia americana de um aperto monetário mais prolongado, esteve no foco nesta quinta-feira encravada entre as divulgações da ata do Federal Reserve (ontem) e do índice de preços de gastos do consumidor (PCE, em inglês) de janeiro (amanhã), o que resultou em oscilações mais contidas na curva local. Internamente, os dados da arrecadação de janeiro e o noticiário sobre a doença da vaca louca foram monitorados, mas sem influência sobre os preços.

continua após publicidade

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,39%, de 13,37% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 12,64% ontem para 12,61%. O DI para janeiro de 2027 fechou em 12,87%, de 12,88%, e o DI para janeiro de 2029, em 13,24%, de 13,22%.

A economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, viu o exterior hoje preponderando para o comportamento das taxas. Ela explica que pela manhã o resultado do PIB americano do 4º trimestre, de +2,7% na segunda estimativa, levemente abaixo do consenso de 2,9%, trouxe algum alívio na tensão sobre o quanto o Fed pode avançar no ciclo de contração monetária, após o estresse trazido ontem pela ata. Assim, houve espaço para um recuo moderado nas taxas, mas à tarde o compasso de espera pelo índice PCE - medida preferida de inflação do Fed - trouxe volatilidade. "Os dados de janeiro nos EUA estão com uma narrativa muito diferente de dezembro, parando de contar a história de possível queda de juros este ano", disse.

continua após publicidade

Aqui, as taxas não conseguiram engatar queda consistente, mesmo num dia de melhora do câmbio e baixa nos retornos dos títulos do Tesouro americano. Cabe destacar que a inversão da curva dos Treasuries, indicativo de recessão e que ontem foi pontual, hoje foi mais persistente, com a taxa dos papéis de 10 anos superando o rendimento dos títulos de 30 anos em boa parte da sessão. No fim tarde, estavam ambas no nível de 3,87%.

Internamente, o dia não trouxe fatores de impacto para a curva. A arrecadação de R$ 251,745 bilhões em janeiro ficou pouco acima da mediana das estimativas (R$ 250,367 bilhões), mas na área fiscal o maior interesse do mercado agora é a regra que vai substituir o teto de gastos.

Além do PCE amanhã, o mercado estará de olho no IPCA-15 de fevereiro, cuja mediana das estimativas é de 0,72%, de 0,55% em janeiro. Ainda que a desancoragem das expectativas esteja mais atreladas ao risco de mudança das metas e a ruídos políticos, um número muito fora da mediana pode mexer com os preços, ou mesmo a leitura dos preços de abertura.

continua após publicidade

Aposta crescente no mercado, a retomada da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis seria boa para a área fiscal, mas ruim para a inflação nos próximos meses. Um possível atenuante do efeito no IPCA é um esperado aumento na oferta de carne em decorrência da suspensão das exportações para a China, por sua vez, determinada pela ocorrência de um caso de vaca louca no Pará.

A estrategista de inflação da Warren Rena Andréa Angelo afirma que o viés é de queda para o índice, porém não é comparável a 2021, data do último embargo que durou aproximadamente 100 dias. "Por ora, acreditamos que o efeito no preço pode chegar a -2%, ou -5 pontos-base de impacto no IPCA de março, se encerrar em 30 dias", disse.

Na gestão da dívida pública, o Tesouro vendeu todo o lote de 9,5 milhões de LTN, mas na operação com NTN-F, prefixados de prazo mais longo, colocou 303 mil, da oferta original de 450 mil.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Juros: Taxas ficam voláteis com exterior no radar, apesar da melhora do câmbio"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!