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Juros: Taxas disparam com pressão de commodities e das curvas globais

Já ruim pela manhã, o mercado de juros piorou na tarde desta segunda-feira, 18, acompanhando a deterioração dos ativos em Nova York que reverberou no Brasil enfraquecendo também o real e a Bolsa. Embora na primeira etapa a melhora na percepção de risco gl

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 18.07.2022, 17:46:00 Editado em 18.07.2022, 17:50:02
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Já ruim pela manhã, o mercado de juros piorou na tarde desta segunda-feira, 18, acompanhando a deterioração dos ativos em Nova York que reverberou no Brasil enfraquecendo também o real e a Bolsa. Embora na primeira etapa a melhora na percepção de risco global com noticiário positivo da China, que mantinha o dólar em baixa, não tenha servido para ancorar as taxas, quando o tom de cautela passou a predominar no exterior, o dólar inverteu a queda e os juros renovaram máximas, com avanço de mais de 25 pontos-base em alguns vértices. A abertura das curvas no exterior e o avanço das commodities foram apontados como os principais condutores das taxas e, internamente, as preocupações com o cenário de inflação.

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Exceto nos vencimentos de curtíssimo prazo, como o do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023, a liquidez foi bastante fraca. As principais taxas seguem nos maiores níveis desde o período entre março e abril de 2016. A do DI para janeiro de 2023 fechou a 13,90%, de 13,876% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024, uma das referências para o miolo da curva, já flertando com os 14%, terminou na máxima 13,96%, de 13,762%. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 13,11% para 13,34% e a de janeiro de 2027 encerrou na máxima de 13,21%, de 12,945%.

O mercado de juros não conseguiu dar sequência ao movimento de correção que aliviou as taxas na sexta-feira, diante da disparada hoje das commodities, que influencia percepção sobre a inflação e sobre o aperto monetário pelos bancos centrais. O petróleo subiu 5%, com o tipo Brent em US$ 106 o barril, distanciando-se da baliza de US$ 100 sinalizada pelo Copom em documentos recentes. Também tiveram alta o cobre e grãos como café, trigo e milho.

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O comportamento das taxas no exterior também pesou na curva local. Nos Treasuries, as taxas das T-Note de 10 e, sobretudo de a de 2 anos, subiram, reforçando a inversão entre os dois vértices. Na Europa, os bônus também avançaram, com destaque para o BTP Italiano de dez anos - em meio ao risco de saída do primeiro ministro, Mario Draghi -, que abriu spread de mais de 20 pontos ante o bund alemão de mesmo prazo.

No meio da tarde, os ativos em Wall Street tiveram piora generalizada a partir de informações da Bloomberg de que a Apple estaria se preparando para reduzir o ritmo de contratações e de despesas em 2023, com virada das bolsas para o negativo e o dólar passando a subir ante o real, para fechar na casa de R$ 5,42.

No Brasil, a agenda trouxe a forte desaceleração do IPC-S da primeira para a segunda quadrissemana de julho (de 0,69% para 0,24%), mas não conseguiu fazer frente às preocupações com a inflação corrente, até porque o IGP-10 de julho (0,60%) ficou acima do teto das estimativas do mercado (0,59%).

Ainda que as projeções de IPCA em 2022 venham cedendo fortemente com a queda nos preços de combustíveis via desoneração de tributos, seguem longe de se aproximar ao menos do teto de meta de 5%, enquanto, em sentido contrário o IPCA projetado para 2023 segue avançando. No Boletim Focus de hoje, saiu de 5,09% para 5,20%. Os porcentuais divulgados na Focus continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta, após o descumprimento já observado em 2021.

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