Os juros futuros fecharam a quarta-feira em queda, definida nas duas últimas horas da sessão, coincidindo com a entrevista coletiva do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que suavizou o tom considerado "hawkish" do comunicado da decisão de política monetária, e com a melhora da perspectiva da nota de crédito BB- do Brasil pela S&P, de estável para positiva. Após oscilarem ao redor dos ajustes de ontem até o meio da tarde, as taxas chegaram a subir depois da divulgação do resultado da reunião, acompanhando as máximas dos Treasuries, mas devolveram a alta na reta final quando também houve alívio na curva americana.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fecha com taxa de 13,015%, de 13,063% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,16% para 11,075%. A do DI para janeiro de 2027 fechou em 10,530%, de 10,66%, e a do DI para janeiro de 2029 recuou de 11,03% para 10,850%.
A dinâmica do mercado de juros foi concentrada no período da tarde, mais especificamente a partir da decisão do Fed, que ratificou o consenso das apostas e manteve os juros entre 5,00% e 5,25%. Porém, o aumento das projeções para juros nestes e nos próximos anos no gráfico de pontos consolidou o temor que já vinha sendo expressado ontem nos ativos de que a manutenção da taxa em junho teria vida curta. Para este ano, a maioria dos dirigentes vê necessidade de pelo menos mais 50 pontos-base de aperto, o que sugere que a taxa deve ir ao intervalo entre 5,50% e 5,75%.
As taxas na B3, que até então operavam de lado, passaram a subir, mas o impulso durou pouco durante a entrevista de Powell, que buscou contemporizar, afirmando que as opões para a reunião de julho estão em aberto e que os efeitos atrasados do aperto já realizado serão levados em conta nos próximos passos.
No exterior, os juros dos Treasuries longos também inverteram a alta e passaram a cair, puxando para baixo as taxas locais. O movimento ganhou tração com o anúncio da S&P, que trouxe mínimas em sequência para os principais contratos.
A agência justificou a decisão de melhorar a perspectiva do rating soberano (BB-) para positiva afirmando que a perda de fôlego da inflação e o relaxamento monetário apoiam a perspectiva de crescimento econômico no Brasil. Caso o arcabouço seja aprovado em curto prazo, a medida pode ajudar a reduzir seu elevado déficit fiscal e beneficiar o crescimento no PIB, avalia a S&P Global.
O upgrade da perspectiva pode estender o rali nos ativos domésticos que tem sido visto nos últimos dias, atraindo, no caso da renda fixa, maior demanda por títulos públicos prefixados, especialmente de longo prazo. Amanhã o Tesouro Nacional realiza leilões de LTN e de NTN-F.
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