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Juros: Taxas caem após Câmara aprovar reforma tributária 'possível'

A aprovação da reforma tributária na Câmara, iniciada ontem e concluída hoje com a votação dos destaques ao texto, sustentou os juros futuros em baixa durante todo o dia. E o ambiente externo não atrapalhou. Os dados do payroll norte-americano resultaram

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 07.07.2023, 18:11:00 Editado em 07.07.2023, 18:13:11
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A aprovação da reforma tributária na Câmara, iniciada ontem e concluída hoje com a votação dos destaques ao texto, sustentou os juros futuros em baixa durante todo o dia. E o ambiente externo não atrapalhou. Os dados do payroll norte-americano resultaram em Treasuries bem comportados e redução das chances de haver mais do que uma alta adicional nos juros nos Estados Unidos até o fim do ano. O desempenho hoje reduziu significativamente o nível de prêmios acumulados nas últimas três sessões, e as taxas fecharam a semana entre a estabilidade e viés de queda em comparação aos níveis da última sexta-feira.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,785%, de 12,837% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 ficou em 10,68%, de 10,82%. A taxa do DI para janeiro de 2027 caiu de 10,29% para 10,10% e a do DI para janeiro de 2029, de 10,65% para 10,45%. Encerraram a semana praticamente estáveis, com viés de baixa na ponta mais curta.

Com até 30 pontos de alta acumulados, no caso dos DI mais longos, entre terça e quinta-feira, o mercado de juros encontrou na aprovação da reforma tributária oportunidade para retomar posições aplicadas, consideradas a tendência natural da curva diante da perspectiva de início imediato de queda da Selic e melhora do cenário fiscal. O texto aprovado ficou longe do ideal, mas o mercado entendeu que os ajustes foram necessários para que se viabilizasse a votação após 30 anos de discussão.

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"Foi uma grande vitória para o País. A proposta agora aprovada pode não ser a ideal, mas representa melhoria significativa em relação ao caótico sistema existente", comenta Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management.

Também da opinião de que a reforma aprovada foi a "possível", o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, lembra que as mudanças pelas quais passou o texto original remetem ao que já havia ocorrido com a reforma da Previdência e com o próprio texto do arcabouço fiscal, que chegaram completos ao Congresso e depois foram desidratados. "O processo é assim mesmo, mas o importante é que a reforma reduz distorções e acaba com a cumulatividade de um sistema que era alvo de críticas generalizadas não só no Brasil, como no exterior", disse.

A reforma acaba com os impostos federais IPI, PIS e Cofins, o estadual ICMS e o municipal ISS, que darão lugar a dois IVAs: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) substitui os tributos federais, enquanto o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) unifica e substitui ICMS (estadual) e ISS (municipal). Além disso, será criado um Imposto Seletivo, que incidirá sobre itens nocivos à saúde e ao meio ambiente.

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O texto-base foi aprovado ontem por larga margem de votos, 375 no segundo turno, muito além dos 308 necessários por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Hoje, na votação dos destaques, a Câmara acatou apenas um deles. Em outra vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os deputados aprovaram o projeto de lei que retoma o chamado voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A matéria é um dos trunfos da equipe econômica para aumentar a arrecadação e cumprir as metas de resultado primário do arcabouço fiscal.

O payroll dos Estados Unidos fortaleceu as apostas de que o Fed vai voltar a elevar o juro na reunião deste mês, mas amenizou a perspectiva de novos apertos adicionais até o fim do ano. A geração de 209 mil vagas em junho ficou abaixo do consenso de 225 mil e a taxa de desemprego de 3,6% veio em linha com o esperado. "Os salários, contudo, aceleraram, o que não é bom sinal para o que o mercado quer, que é ver o Fed parar de subir o juro", afirma Cruz, da RB.

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