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Juros sobem com cautela pré-Copom, CPI da Covid e exterior negativo

Os juros futuros subiram nesta terça-feira, pressionados pelo cenário externo adverso, piora na percepção de risco político em função da CPI da Covid e da nova discussão em torno do Orçamento e a expectativa em relação ao comunicado do Comitê de Política

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 04.05.2021, 17:59:00 Editado em 04.05.2021, 18:01:51
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Os juros futuros subiram nesta terça-feira, pressionados pelo cenário externo adverso, piora na percepção de risco político em função da CPI da Covid e da nova discussão em torno do Orçamento e a expectativa em relação ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022, que melhor reflete as expectativas para a Selic em 2021, fechou na máxima de 4,795%, de 4,747% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2023 encerrou na máxima de 6,54% (6,419% na segunda-feira) e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 8,504% para 8,66%.

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As apostas em aperto de 0,75 ponto porcentual para a Selic na quarta-feira estão consolidadas na curva, mas o mercado quer saber se os diretores vão sustentar a sinalização sobre esse ritmo de avanço para a próxima reunião.

O consultor de Investimentos Renan Sujii afirma que o destaque será a comunicação sobre os próximos passos. Um dos principais pontos, diz, é saber se o Banco Central continua vendo as pressões inflacionárias como transitórias e se a intenção permanece sendo a de realizar um ajuste parcial da Selic, questões que ganharam força depois que a Aneel surpreendeu e anunciou bandeira vermelha de energia para maio, na última sexta-feira. "Vamos ver se vão sinalizar claramente quais os próximos passos ou se vão deixar o cenário 'data dependent'", comenta.

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Uma postura mais "hawkish" do Copom poderia ajudar a trazer as expectativas de inflação para 2022, para onde está agora voltada a política monetária, para perto da meta (3,5%).

Segundo o Boletim Focus, a mediana para o ano que vem está em 3,61%. "Este ano já está perdido. Se o BC quiser fazer alguma coisa ainda em 2021, é via taxa de câmbio", afirma o economista-chefe da Guide Investimentos, João Mauricio Rosal, para quem, porém, a dinâmica dos preços ainda está muito poluída pelos choques do ano passado.

Para Rogério Braga, diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset, o mercado de juros operou nesta terça sem um 'driver' específico. "Há um mix de fatores", afirmou, citando CPI da Covid, discussão do Orçamento e exterior. "O dia é de realização hoje lá fora, o que afeta emergentes em geral", afirmou, destacando que esse quadro se potencializa no DI na medida em que os longos tiveram perda razoável de prêmio recentemente.

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O ajuste externo ganhou força à tarde, após a secretária do Tesouro dos EUA, Yellen afirmar que as taxas de juros americanas podem ter de subir para evitar o sobreaquecimento da economia.

Em Brasília, a apresentação do relatório da reforma tributária, no período da tarde, não conseguiu jogar água na fervura da CPI da Covid, que ouviu nesta terça o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Ele afirmou ter enviado carta ao presidente Jair Bolsonaro pouco antes de ser exonerado, alertando sobre o risco de colapso do sistema de saúde e defendendo o isolamento social para ajudar a conter o avanço da pandemia no País. Também preocupa a possibilidade de recomposição de recursos do Orçamento, que foram vetados pelo presidente Jair Bolsonaro, articulada por parlamentares no Congresso, segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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