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Juros perdem ritmo no fim, após subirem com Treasuries e pressão do câmbio

Os juros futuros passaram a sessão em alta, mas o movimento perdeu força no já perto do fim da sessão regular. O avanço das taxas se deu pela pressão dos Treasuries, do câmbio, preocupações com a inflação global e com o fator geopolítico voltando a ganhar

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.04.2022, 17:49:00 Editado em 19.04.2022, 18:00:19
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Os juros futuros passaram a sessão em alta, mas o movimento perdeu força no já perto do fim da sessão regular. O avanço das taxas se deu pela pressão dos Treasuries, do câmbio, preocupações com a inflação global e com o fator geopolítico voltando a ganhar peso na avaliação do mercado, uma vez que a guerra no leste europeu agora entra em nova fase. A taxa da T-Note de dez anos rompeu 2,90% e a do T-Bond de 30 anos chegou a 3%, nas máximas desde 2019. Como contraponto a limitar uma abertura ainda mais forte, os preços do petróleo caíram mais de 5%.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,04%, de 13,063% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2024 terminou estável em 12,67%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa a 12,06%, de 12,05%, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 11,77% para 11,80%.

A sessão teve mais contras do que prós para os mercados. As declarações do presidente do Federal Reserve de Saint Louis, James Bullard, ainda na segunda-feira, tiveram impacto pesado nesta terça nas curvas. Ele não descartou a possibilidade de o Fed ter de aplicar um aumento de 75 pontos-base no juro em alguma das reuniões. "A voz mais dissonante do Fed voltou a colocar na mesa a possibilidade de um ajuste de juros ainda mais célere", comentaram os economistas do Banco Original. Embora o diretor também tenha deixado claro que não é esse o seu cenário-base, a fala "dá o tom e o viés do colegiado", complementam. Até agora o mercado trabalhava com uma aceleração do ritmo atual de 25 para 50 pontos no encontro de março.

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As chances de um Fed ainda mais agressivo também fazem sentido considerando o agravamento do conflito no leste europeu, pela perspectiva de demora na normalização da oferta de commodities, que deve manter a inflação global pressionada. A Rússia quadruplicou ataques aéreos na Ucrânia e aumentou o efetivo militar no país, no que o Kremlin chamou de nova fase da guerra. "Esses últimos eventos reduzem as chances de um diálogo para cessar fogo e, por isso também o dólar se valoriza a aumenta o prêmio de risco na curva", afirma o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Se a guerra tem efeito negativo para a inflação, tem também para a atividade, provocando, junto com a política de Covid zero na China, revisão drástica pelo Fundo Monetário Internacional da projeção de crescimento global, de 4,4% para 3,6% em 2022. A revisão e a liberação extra da reserva de petróleo nos EUA, no entanto, nesta terça deram alívio à commodity.

As questões fiscais internas permanecem no radar, mas fazendo menos preço nos ativos do que poderiam. Entre os pontos principais, está a pressão por aumentos salariais de servidores, que rechaçaram o aumento linear de 5% proposto pelo governo. "O mercado está meio anestesiado, priorizando as questões de política monetária e a guerra da Ucrânia", argumentou Rostagno.

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