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Juros: Otimismo com pautas no Senado reduz pressão após IPCA e taxas ficam de lado

Os juros futuros fecharam a terça-feira perto da estabilidade, com viés de alta nos vencimentos curtos e de baixa nos longos. Após a leitura do IPCA de junho ter pressionado para cima os juros pela manhã, à tarde o mercado passou por uma rodada de alívio

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 11.07.2023, 18:37:00 Editado em 11.07.2023, 18:43:41
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Os juros futuros fecharam a terça-feira perto da estabilidade, com viés de alta nos vencimentos curtos e de baixa nos longos. Após a leitura do IPCA de junho ter pressionado para cima os juros pela manhã, à tarde o mercado passou por uma rodada de alívio determinada pelo aumento do otimismo com as pautas econômicas aprovadas pela Câmara e que agora estão no Senado.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,845%, de 12,812% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 10,74% para 10,75%. A do DI para janeiro de 2027 caiu de 10,15% para 10,12% e a do DI para janeiro de 2029 a 10,44%, de 10,48%.

O mercado operou em dois tempos nesta terça-feira. Os ajustes ao IPCA que pressionaram a curva pela manhã deram lugar à tarde a um alívio via expectativa de que o Senado, assim como a Câmara, seja proativo na discussão da reforma tributária e do projeto sobre o Conselho de Administração das Receitas Fiscais (Carf).

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A pressão de alta sobre a curva começou a perder força após declarações do senador Eduardo Braga (MDB-AM), escolhido para ser o relator da tributária no Senado. Ele afirmou que o plano de trabalho será apresentado em agosto e que há ajustes pontuais a serem feitos no texto, como questões envolvendo a região Nordeste e pautas federativas.

Ainda, defendeu que a Fazenda e o Planejamento "rodem modelos" da proposta com previsão de arrecadação e tributação e reafirmou que a intenção é manter a carga tributária neutra. O emedebista negou também o fatiamento da reforma. Mais cedo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a intenção é votar o texto até o meio do segundo semestre e promulgá-lo ainda este ano.

Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia demonstrado confiança na promulgação da reforma tributária e disse ter tido também uma "sinalização importante" do Senado para votar em agosto o projeto do Carf, que, segundo ele, dará sustentação na elaboração do orçamento pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.

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O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma que já desde ontem a curva já vem perdendo inclinação com o mercado precificando a tramitação da tributária no Senado. "É uma boa reforma se olharmos a perspectiva de crescimento potencial à frente", afirma, destacando pontos como possibilidade de menor judicialização e litígios tributários, o que pode resultar em maior arrecadação e reduzir o risco fiscal.

Quanto ao efeito do IPCA sobre a curva, o mercado aproveitou para aparar exageros na precificação de cortes da Selic, mais pelo desempenho ruim de serviços nos preços de abertura do indicador do que pelo resultado. A queda de 0,08% é considerada em linha com a mediana das expectativas de deflação de 0,10%. A inflação de serviços saltou de -0,06% em maio para +0,62% em junho. Por outro lado, a média dos núcleos desacelerou e o índice de difusão ficou abaixo de 50%, saindo de 55,97% para 49,60%, segundo o BV.

"Houve exagero na precificação de cortes, com alguns até prevendo aceleração do ritmo de redução a 0,75 ponto em algum momento ainda este ano e Selic abaixo de 9% no fim do ciclo. Estava excessivo, ainda mais se considerarmos que há risco de o Federal Reserve levar os juros a até 6%. Se isso acontecer, o Banco Central aqui fica de mãos atadas", disse Borsoi.

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No meio da tarde, a precificação da curva era de -35 pontos-base para o Copom de agosto, de -37 ontem, o que representa 60% de chance de queda de 0,25 ponto e 40% de probabilidade de 0,50 ponto, ante 50% a 50% ontem.

Contato: denise.abarca@estadao.com

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