O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, chamou de "inconcebível" a atual taxa básica de juros do Brasil, de 13,75%. Na avaliação dele, os juros reais praticados no País são "causadores do problema fiscal" e "empobrecem" a nação.
"É inconcebível que um país tão rico como o Brasil, que oferece tanta segurança para o credor do Estado brasileiro, continue praticando taxas de juros tão mais altas do que os países com os quais competimos no cenário internacional", afirmou Gomes, durante reunião da diretoria da Fiesp, na manhã desta segunda-feira, 8.
"Os juros reais praticados nos últimos 29 anos no Brasil são causadores do problema fiscal. Entramos em um círculo vicioso altamente danoso para a economia nacional. Brasil precisa romper esse ciclo, sob pena de continuarmos empobrecendo", enfatizou ainda o presidente da instituição.
As declarações de Gomes vêm após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter, em reunião na última quarta-feira, 3, a taxa Selic em 13,75%. Este patamar está em vigor desde agosto de 2022.
O presidente da Fiesp disse também que não se deve "fulanizar o debate", ao citar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alvo de críticas constantes do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ministros do governo.
Ele defendeu, no entanto, que a discussão sobre os juros não seja feita apenas pelos "técnicos". "Esse debate é um debate público", afirmou Gomes.
Reforma tributária
Gomes afirmou ainda que a Fiesp, de forma "unânime", vai apoiar a proposta de reforma tributária em discussão no Congresso Nacional. Para ele, o sistema atual se "exauriu".
"(Sistema tributário) Se tornou um cipoal burocrático altamente danoso para a economia nacional. Já é momento de o Brasil abandonar um sistema tributário que só o Brasil tem", defendeu o presidente da Fiesp.
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