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Juros: leitura positiva do IPCA e 'apetite por Brasil' derrubam taxas

Os juros futuros encerraram o dia em queda firme, embalados pela leitura positiva do IPCA e pelo apetite por ativos emergentes que também ajudou o Ibovespa a subir mais de 4%. As apostas no ciclo de queda da Selic cresceram e já são majoritárias na precif

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 11.04.2023, 18:24:00 Editado em 11.04.2023, 18:31:27
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Os juros futuros encerraram o dia em queda firme, embalados pela leitura positiva do IPCA e pelo apetite por ativos emergentes que também ajudou o Ibovespa a subir mais de 4%. As apostas no ciclo de queda da Selic cresceram e já são majoritárias na precificação do mercado para o Copom de junho.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,15%, de 13,22% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,99% para 11,80%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,77%, de 11,98%, e o DI para janeiro de 2029 fechou com taxa de 12,20%, de 12,38%. Ao contrário de ontem, hoje o volume de contratos negociados foi robusto, com giro de mais de 1,2 milhão no DI para janeiro de 2024, hoje o mais líquido.

O co-gestor de renda fixa da Warren Rena, Luis Felipe Laudisio, afirma que, dado o posicionamento técnico ainda bastante leve, os players adicionaram risco às carteiras. "Até por isso, a B28 foi bastante demandada, com o nível de juro real que parece alto", disse. A NTN-B 15/8/2028 foi destaque no leilão do Tesouro. Do total de 1,576 milhão de NTN-B vendidas, 1,500 milhão são para aquele vencimento.

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Em boa medida, a postura agressiva foi pavimentada pelo arrefecimento do IPCA em março, a 0,71%, ante 0,84% em fevereiro. Em 12 meses, a taxa acumulada caiu de 5,60% para 4,65%, a mais baixa desde janeiro de 2021 e abaixo do teto da meta de inflação (4,75%) para 2023. Mais até do que o fato de o dado mensal ter ficado aquém da mediana (0,77%) e perto do piso das estimativas (0,69%), o mercado gostou do "qualitativo", em especial da desaceleração dos preços de serviços e dos núcleos, que vinham resistindo até então em alta e dando argumentos para o Banco Central despistar sobre a possibilidade de cortes da Selic.

"Ainda que a queda tenha sido bastante influenciada pelo comportamento dos alimentos, o mercado aumentou a aposta de queda da Selic", afirmou o economista do BV Carlos Lopes.

Conforme cálculos da BlueLine Asset, os DIs apontam 60% de chance de queda de 0,25 ponto porcentual da Selic no Copom de junho, contra 40% de probabilidade de manutenção no atual nível de 13,75%. Para o Copom de agosto está precificado 100% de chance de redução de 0,25 ponto. Para o fim de 2023, a curva projeta Selic entre 12,00% e 12,25% e para o fim de 2024, de 10,75%.

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Outro fator a contribuir para o fechamento da curva foi o câmbio, com o dólar chegando hoje ao patamar de R$ 5, até abaixo pontualmente nas mínimas do dia. No período da tarde, com os trechos curto e intermediários já bastante pressionados para baixo, o investidor foi buscar os prêmios da ponta longa, ignorando as máximas das T-notes.

O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Xavier Andrade, afirma que o movimento global pró-emergentes, hoje especialmente estimulado por otimismo com a economia da China, atraiu os investidores não só para a Bolsa como também para o segmento de prefixados, além do IPCA.

Ainda, segundo Andrade, o noticiário em torno do arcabouço fiscal tem ajudado marginalmente, assim como a percepção de fortalecimento da equipe econômica dentro do governo, após o presidente Lula elogiar publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. "Parece que as coisas vão se dando de forma menos heterodoxa do que se pensava", disse.

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