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Juros: inflação branda em junho derruba taxas, mas mercado segue cauteloso

A inflação de junho, mais branda do que a mais otimista das projeções do mercado, abriu espaço para a queda das taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) e afastou quase inteiramente a possibilidade de aumento da Selic na reunião do Comitê de Política Monetá

Gustavo Nicoletta (via Agência Estado)

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Escrito por Gustavo Nicoletta (via Agência Estado)
Publicado em 10.07.2024, 18:05:00 Editado em 10.07.2024, 18:12:43
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A inflação de junho, mais branda do que a mais otimista das projeções do mercado, abriu espaço para a queda das taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) e afastou quase inteiramente a possibilidade de aumento da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês.

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Apesar disso, o mercado segue cauteloso em relação ao cenário fiscal, e a expectativa dos especialistas é de que a volatilidade nos juros futuros persista até haver mais clareza sobre quais serão as medidas do governo para controlar o déficit nas contas públicas.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho em 0,21%, ante 0,46% em maio. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um aumento entre 0,27% e 0,38%, com mediana positiva de 0,32%.

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Em 12 meses, a alta do IPCA foi de 4,23%, resultado igualmente abaixo do piso das previsões dos analistas, que iam de 4,25% a 4,40%, com mediana de 4,34%.

O indicador derrubou as taxas de DI, que em determinado ponto do pregão chegaram a recuar 20 pontos-base, e reforçou a visão do mercado de permanência da Selic em 10,50% ao ano na próxima decisão do Copom, que será divulgada em 31 de julho.

Segundo Raphael Vieira, cohead de Investimentos da Arton Advisors, a curva de juros passou a embutir probabilidade quase zero de aumento ou corte da Selic para a próxima reunião do Copom, mas para o final do ano essa hipótese muda, deixando implícita um taxa de 10,98%.

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O prêmio em relação à taxa atual, no entanto, está mais relacionado à percepção de risco do que a uma possibilidade concreta de alta da Selic, de acordo com Luiz Rogé, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital Asset. "Enquanto a gente não tiver um sinal concreto de que o governo vai reduzir despesas, o mercado fica flutuando ao sabor de notícias e indicadores técnicos", afirmou.

Julio Hegedus, economista da ConfianceTec, também prevê a permanência da Selic em 10,50% nos próximos meses, e aponta que a forte reação do mercado aos dados do IPCA reflete a despressurização das taxas após uma subida exagerada no final de junho. "O mercado sempre exagera. Quando subiu, houve overshooting e agora está se ajustando. Mas a situação não é ideal, a gente continua no olho do furacão."

A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caiu para 10,525%, de 10,570% no ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2026 cedeu para 11,085%, de 11,187% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 caiu para 11,325%, de 11,472%, e o para janeiro de 2029 recuou para 11,655%, de 11,844%.

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